quinta-feira, 30 de agosto de 2007


Foto: Gilbamar de Oliveira

* Autobusca
Gilbamar de Oliveira

Quanto mais me busco
no mais recôndito de mim,
só consigo vislumbrar,
malgrado todo esforço,
ainda que eu seja assim,
contornos de linhas tortas.

É que nasci com a testa
voltada para o sol, os olhos
semicerrados, a boca
entreaberta, e os traços
de minhas mãos não
passavam de linhas mortas

Nem sei se sou poeta,
se brado o canto de
amor, se ando a esmo
e sem meta, se intento
desfazer o nó dessa
amarga e imensa dor

Decerto me fiz trovador
cantando vãs ilusões
e vi no brilho dos olhos
de muitos não só o
pavor, mas a extensão
desses enormes senões


Obs.: o poema acima ganhou menção honrosa no Concurso de Poesias da Fundação José Augusto, em 2006.

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