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sábado, 15 de junho de 2013

BRINCANDO COM AS PALAVRAS


Encantado, eu brinco com as palavras 
embaralho-as, retorço-as e escrevo
componho poemas, são minhas escravas
uso-as como artesão, sou oleiro

Cultivo sonetos e colho fantasia
Escolho os vocábulos e vou tecendo
às vezes acerto nos versos à revelia
contudo com meus erros vou aprendendo

Destarte eu rabisco, narro, descrevo
Essas garatujas, assim, criam asas
seguindo e voando muito além-mundo

Em quase tudo que redijo me vejo
apago, reescrevo, a mente em brasa
súbito, produzo um texto profundo

Gilbamar de Oliveira Bezerra(Gilbamarpoeta)

segunda-feira, 2 de maio de 2011

P A I X Ã O

A paixão passa tão depressa quanto o vento
que modifica e modela as montanhas,
é só tênue sussurro da brisa que o tempo
faz esmaecer nas próprias entranhas

Nada mais que sublime chama e ternura
enlaçadas para depressa perecer,
assim, à guisa de repentina doçura,
toda paixão está destinada a morrer 

Porque é fogo alimentado com palhas
ao início forte, mas a brisa espalha
e transforma em breves partículas de pó

Depois que tudo passa vem a desilusão
amargurando as perdas do coração
então ambos sofrem a tristeza de ser só

Gilbamar de Oliveira Bezerra

sábado, 26 de março de 2011

AMOR INCERTO

Não vale sofrer por um amor incerto
que se faz coberto de indiferença,
é como, sedento, caminhar no deserto
e da própria morte assinar a sentença

Semear amor platônico é inútil
pois em chão estéril as sementes morrem
enquanto o viver se faz pecado fútil
seguindo o rolar das águas que correm

Alguns sentimentos não correspondidos
extrapolam os sofreres mais rasgados
de inúmeros homens arrependidos

Porque amar não é brincadeira infantil
nem algo de meninos desconcertados
mas manancial que completa o doce rio

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

POR QUE NÃO PODEMOS AMAR?

Sendo Deus o núcleo do amor, deveras,
pois até mesmo os animais se amam,
seria diferente comigo e ela?
Seres apaixonados não se enganam

Por que os diferentes não podem amar?
Em nosso peito também bate o coração,
Síndrome de Down não impede de beijar,
queremos usufruir essa emoção

Não queiram impedir nossos sentimentos,
que, como os de vocês, brotam tão normais,
falamos e curtimos os mesmos momentos

Parecemos estranhos? Também sorrimos,
amamos, cantamos, sim somos naturais
e no plano do amor choramos, sentimos

Gilbamar de Oliveira Bezerra

terça-feira, 23 de novembro de 2010

VELHO LIVRO QUE RASGOU

Sou apenas ponto de interrogação
na gramática humana distorcida
já fui outrora traço de exclamação
mas tornei-me pingo no termo da vida

Também estou no dicionário: eu ninguém
aquele poeta que o mundo nunca leu
simples escritor jamais lido por alguém
raiz quadrada que o aluno esqueceu

Um livro na estante abandonado
que leitores não quiseram manusear
e desse modo ficou lá, empoeirado

Mas esse ponto, velho livro que rasgou
mera poeira que o vento jogou no mar
quis ser poeta e desprezado escritor
 
Gilbamar de Oliveira Bezerra

domingo, 21 de novembro de 2010

O AMOR E O CRISTAL



Se bem um encanto, o amor lembra o cristal
posto que frágeis e fácil se despedaçam;
perecendo o sentimento é o fim do casal,
fragmentos da fina peça não se colam

Quebrando, vira pó o fino material
impossível tê-lo puro como antes
se dessa forma acaba o belo cristal
evapora-se o amor em vôos rasantes

Tênue é a fronteira a limitar o ódio e o amor
e o que era só felicidade se faz dor;
no mesmo diapasão fenece o cristal

Em milhares de cacos se transformando,
quebrado, vai como água derramando
e, como outrora, não voltará a ser igual

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O Soneto acima, de minha autoria, recebeu menção honrosa da Academia Jacarahyense de Letras no Concurso de Sonetos "Chave de Ouro"

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

TEUS BEIJOS

Qual gostoso néctar que das flores sugo
beijas à guisa de mil êxtases em chamas
então estrelas brilham, e enfim descubro
és o paraíso que meu corpo reclama

Eflúvios de almíscar percorrem meu ser
síntese desse beijo contagiante
textura de deslumbrante alvorecer
interregno desse gozo delirante

Explode meiguice no teu lindo olhar
eis que se vislumbra densa fascinação
o sol parece exceder-se no seu brilhar

Torna-se a brisa um fulgor excitante
envolto nessa ternura perco a razão
ah, teus beijos são meus melhores instantes

Gilbamar de Oliveira Bezerra

terça-feira, 5 de outubro de 2010

AMOR QUE SOBREVIVE

Não sobrevive o amor enferrujado
pelas tristes brisas da melancolia
porque deveras morto, desmotivado,
paixão na soberba dor da agonia

Se ao delírio da monotonia desce
a ternura que foge do inesperado,
é tarde que, ante a noite, empalidece
achas escuras de fogo apagado

Triste é o amor que não se deixa envolver
pela suave luz da imaginação,
fazendo o dia tornar-se anoitecer

As surpresas em alcova transformando
tangendo-se do monótono e da razão
surpreendendo como faz o oceano

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O TEU SORRIR

Algo de doce ternura no teu sorrir
que não escapa a meu olhar perscrutador,
ressaltando dos teus lábios o entreabrir,
tem o condão de despertar extremo ardor

Contém tanta magia esse sorriso
quase ao sétimo céu me elevando
que de tão encantado eu perco o siso
e já me deixo fluir no ar, levitando

De tamanha magnitude é tal feitiço
num lindo gesto tão próprio do teu querer
de maneira que me prostro a ti, submisso

Então, à guisa de menino dependente
a quem basta um olhar para obedecer
bebo desse sorriso incandescente

Gilbamar de Oliveira Bezerra

domingo, 18 de julho de 2010

SAGRADOS JARDINS

Muita atenção se adentras um jardim,
disfarça tua presença ao respirar,
borboletas estão em volta do jasmim
e beija-flores se engalanam pra beijar

Não te percebes intruso no sagrado?
És nódoa num recanto do paraíso,
teus pés intimidam esse santuário,
revele-se tão-só em mero sorriso

Seja ali apenas brisa que chegou,
a simples folha pela rotina caída,
um pássaro que de ninho se enganou

Depois, em pouco se vá silencioso
como fugaz névoa desaparecida,
fazendo de conta que lá nunca entrou

Gilbamar de Oliveira Bezerra

sábado, 10 de julho de 2010

MINHA POESIA

 
É brisa que conduz as folhas do outono
uns beija-flores esvoaçando no ar
a bela adormecida em doce sono
são aves nos versos aprendendo a voar

Descobre as belezas das fantasias
vê as estrelas que estão encantadas
mergulha na meiguice das poesias
canta e chora nas noites enluaradas

É melodia das águas chegando ao mar
um anjo pintando iminente luar
arco-íris que enfeita a imensidão

A fragrância das rosas despertando amor
um espetáculo de ritmo, luz e calor
a fantasia brotando do meu coração

terça-feira, 6 de julho de 2010

LIVROS E VIOLÕES

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Ao virar as páginas dos livros, sonho,
daí que vivo esse mágico instante,
e no rosto estampando um ar risonho
embarco na viagem inebriante

É como dedilhar afinado violão
de cujas cordas ouço embevecido
melodias que emocionam o coração
ao solfejar belos tons enternecidos

Livros e violões dão asas à imaginação
pois ambos nos transportam em devaneios
e nos embalam na ternura da ilusão

Aqueles, com os olhos nos conduzindo,
estes, - se adormecidos em belos seios -
nos distraem para muito além da razão

Gilbamar de Oliveira Bezerra

quarta-feira, 21 de abril de 2010

POR QUE NÃO PODEMOS AMAR?

 


Sendo Deus o núcleo do amor, deveras,
pois até mesmo os animais se amam,
seria diferente comigo e ela?
Seres apaixonados não se enganam

Por que os diferentes não podem amar?
Em nosso peito também bate o coração,
Síndrome de Down não impede de beijar,
queremos usufruir essa emoção

Não queiram impedir nossos sentimentos,
que, como os de vocês, brotam tão normais,
falamos e curtimos os mesmos momentos

Parecemos estranhos? Também sorrimos,
amamos, cantamos, sim somos naturais
e no plano do amor choramos, sentimos
Imagem: aqui

domingo, 4 de abril de 2010

AMOR INFINITO




https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8UeQisfvXVDQj2HdvtVvuaf_6SwBnClZMxyvjPLn5Ae71mUm-yVMOZygd0UdTVQilX4IqwlXtOofe2L1IcMxdYZq0_XLXIMjACRfvPNmfSruF1f49oc5zcVSUNLANxI_bZr19PFhDBVU/s400/jesus+ressuscitou.jpg


Tão sublime e incomensurável amor
não brotaria de corações humanos,
enviar o próprio Filho, como Deus mandou,
para resgatar nossos erros e enganos

Tamanho, deveras, esse amor bendito,
na entrega do Filho abençoado,
fluía do coração do Deus infinito
por tanto aos pecadores ter amado

Fez-Se homem Ele, o triuno Deus sendo,
a dor da cruz destinada a nós o aguardava,
nela, tomando o nosso lugar, morrendo

Morreu para salvar os que Ele amou,
os quais, antes dos tempos já amava
e após a missão salvadora, ressuscitou.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

POBREZINHO NASCEU NO BRASIL


Cai-me dos olhos a lágrima esquecida
dos amargos Natais da minha infância
que ficou presa no tempo, mal contida,
mas que hoje se livra da inconstância

Fluindo por meu rosto até o coração
sou mais uma vez o menino sem presente,
aquele a quem tudo faltava, mesmo o pão,
não quero mais desses natais novamente

Mas não pude deixar de entristecer-me
porque hoje, embora eu tenha tudo
e isso nunca mais possa acontecer-me

Dou graças, porém para tantas crianças
esse Papai Noel continua surdo
e o Natal é somente longínqua esperança

sábado, 10 de outubro de 2009

RECADO DA NATUREZA


O oceano explode enraivecido
num tsunami louco, cego, destruidor
e avança pelas cidades incontido
causando morte, amargura e muita dor

Atravessando o céu com intensidade,
a camada de ozônio desvirginada,
um sol cruel estende forte claridade
e a fornalha densa queima a humanidade

Cansada, a natureza manda recado:
cuidamos dela ou então nos matará,
e esse aviso tantas vezes já foi dado!

Mas os homens continuam desmatando
e, tolos ambiciosos, nada mudará,
por suas mãos a vida está acabando

Gilbamar de Oliveira Bezerra

domingo, 27 de setembro de 2009

VERSOS APAIXONADOS

Do poeta como o fogo é quente a alma
em cujo âmago é viva a fantasia
porque dela nasce a chama que acalma
brotando na doçura da poesia

E desse favo tépido o caloroso mel
flui na forma de poemas coloridos
tal qual aconchegante pedaço do céu
de rios cândidos e de jardins floridos

Do poeta em transe é a lenha ardente
queimando sem magoar, gesto pungente,
a arder no coração dos enamorados

Ele do fogo puro extrai a beleza
que lhe é dado ver no ar, na natureza,
escrevendo os versos apaixonados

Gilbamar de Oliveira Bezerra

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

CANTA POETA!


Se todo amor não vencer o egoísmo
haverá na vida um sentido qualquer?
O tempo é agora de preservar o lirismo,
comparar uma flor a uma linda mulher

Caso o poeta não finja e nunca cante,
desvaneça de encantar com seus versos,
jamais da ternura haverá o rompante,
é certo que a paz não conterá os perversos

Por essa razão, que o amor maior perdure,
seja todo egoísmo esmagado
a ternura permaneça aqui e alhure

E tu, poeta, finge, exponha o teu amor,
seja um anjo na terra encantado
e no céu da fantasia cante a tua dor

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

GRÃO DE AREIA

Sou apenas pétala de uma rosa morta
tão-só fraca brisa desmanchando no ar
simulacro de riso da Moura Torta
pedaços de mi mesmo jogados no mar

No tiroteio da vida pobre cego
arremedo de poeta desprezado
sim, sou esse zero à esquerda, não nego
como anjo pelo céu abandonado

A indiferença, contudo, me ensinou
que se pedras também acham seu caminho
assim ocorre com o homem que vence a dor

E mesmo sendo um grão de areia no chão
talvez simples ramo que forma um ninho
sou um fragmento da mais bela construção

sábado, 11 de julho de 2009

TRAÇOS DE AMOR PROFUNDO


Tanta ternura no teu olhar vislumbrei
nos encantados traços do teu sorriso
e com doce universo mágico sonhei
em tuas mãos vi a chave do paraíso

Quantos belos momentos juntos passamos
um dia era muito pouco para sonhar
ao longo de tantos anos nos amamos
tal amor jamais deveria acabar

Mas quem pressagia a passagem do vento,
que seja capaz de congelar o momento
impedindo que o terno olhar pereça?

A onda espalha a areia num segundo
e até mesmo traços de amor profundo
escondem dos espinhos a aspereza