quarta-feira, 3 de outubro de 2007

A CADELA E O PADRE - Final

Afinal de contas, é certo,
O santo dos passarinhos
São Francisco de Assis
Falava com os bichinhos
Chamava a lua de irmã
E o sol era seu irmãozinho

Então que ela fique por lá
Deitada no seu banquinho
Enquanto a missa é rezada
- Bem fechado o seu focinho –
À espera que o padre termine
E não saia da igreja sozinho

E assim a cadela Letícia
Que foi notícia e manchete
Vai continuar assistindo
Em sua pose de vedete
O ritual da santa missa
Toda orgulhosa e coquete

Eis um pequeno resumo
Desse sui-generis caso
Tão esquisito e confuso
Um fulminante arraso
Que faz cabelo arrepiar
E besta afogar-se no vaso

Era o que eu tinha a narrar
A respeito desse fato
Pois achei interessante
Eu mostro o pau e a cobra mato
Quem fala assim não é gago

É homem deveras no ato

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