Abro portas trancadas e beijo o vento
que me acaricia os cabelos revoltos,
então agarro-me desesperado ao seus
sussurros melodiosos e singro os mares
*
Vou em busca da alegria desmaiada,
do riso fácil, do alvorecer crivado
de balas perdidas nas ruas
e encontradas nos corpos de inocentes úteis
calados e indefesos diante das miras cegas
*
Que é do entardecer gerando pores-do-sol
salpicados de manchas por nuvens enciumadas?
Que é da vida pacata dos anjos voejando
por sobre nossas cabeças como aves do paraíso?
*
Há um oceano de lágrimas afogando meu coração,
percebo um pântano lodoso onde guincham bichos,
quero de volta, urgente, os sorrisos esquecidos,
desejo ardentemente uma explosão de gargalhadas!
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