sábado, 3 de julho de 2010

COMO É BOM BEIJAR!

O beijo tem o maravilhoso condão de acender cada uma das deliciosas luzes que somente o coração conhece em todos os seus mais profundos recantos na mente e no corpo humano. À guisa de uma onda de calor que percorre os milhões de células no organismo dos enamorados, provocando o maravilhoso calor responsável pelo bem estar agradável, ele vai palmilhando os pontos sensíveis e eriçando os vasos capilares, causando gostoso frenesi. O beijo abre as comportas das sensações e desperta, de maneira automática, deixando de prontidão até mesmo os mais incógnitos e invisíveis dos átomos que compõem o conjunto orgânico da vida, o desejo quase incontrolável, o querer expresso no brilho do olhar e no afago das mãos. Tudo mesmo, de verdade, acorda em transe indizível na fisiologia dos seres quando os lábios se tocam com suavidade, a princípio, depois cheios de avidez, e se fundem num beijo ardente capaz de proporcionar aos corpos uma sonhadora viagem além-tudo, uma aguda ternura e a dialética só compreensíveis pelos dois naquele instante de pura magia e gostosa singeleza. Parece-nos assistir a desconcertante contudo cadenciado bailado acompanhando a música tocada pelos corações em alta pulsação, no preciso instante do beijo. O maestro do precioso momento é apenas a emoção com todos os seus meandros, que direciona os sentidos em estado de alerta para o único e precípuo objetivo de fazer daquele ato um oceano de prazer para o casal.
    Beijar alguém é a prova mais inequívoca de gostar dessa pessoa, de sentir-se bem ao seu lado, de querer demonstrar o carinho especial que somente os beijos, em determinadas situações, podem oferecer de maneira concreta. O beijo dado na boca é, realmente, sinônimo de algo mais no relacionamento a dois, do encantamento, da intensa alegria que se quer dedicar à pessoa amada. Quem beija ama ou, no mínimo, pensa amar, isso evidentemente não se traduz como um mero gesto sem importância, algo aleatório ou à moda contemporânea em que o beijo tornou-se, para muitos, uma perfídia, um toque desprovido de sentimento. Os que enveredam pelo ultra modernismo de beijar qualquer um(a) nas baladas da vida, mesmo a quem é totalmente desconhecido, não o fazem movidos pelo romantismo nem por esse anelar estar sempre com a mulher amada, essa vontade que dá e não passa jamais de passear de mãos dadas por aí, sem qualquer rumo, mas são levados pela onda da busca insensata do nada, circulando pelas veredas da própria orgia poderíamos até mesmo afirmar. Refiro-me como parêntesis a essa perspectiva de vanguarda simplesmente porque nestas mal traçadas linhas eu tento fazer reflexão sobre o verdadeiro ato de beijar sob o ímpeto do amor, a seu incontrolável impulso, do gostar como nunca, do desejar estar ao lado de quem realmente amamos. E, nesse aspecto, o beijo, sem nenhuma dúvida, se torna quase como uma cerimônia solene, uma linda e complexa cumplicidade entre os que se amam, porém invisível a quantos não conhecem nem conseguem definir seus olhares, gestos e atos, todos inerentes apenas e tão-somente a ambos. Porque sou pelo beijo de amor, seja ele somente fraternal ou tenha aquele algo mais como entre os enamorados. Beijar não deveria, nunca, tornar-se mero comportamento sem qualquer graça, um simples tocar sem sentir, incongruente juntar de lábios sem a força motriz do amor. Todavia, considerando que o viver é um passatempo cheio de inúmeras possibilidades, melhor beijar, ainda que desprovido de sentimento, do que esbofetear alguém. Que não seja, pelo menos isso, um beijo de Judas.

3 comentários:

Joice Worm disse...

Eu também adoro beijar... Hehe. Ainda por cima fecho os olhos e penso na sensação que estou sentindo. Me deleito e vivo um momento único.
Hehe. Já vi que temos bom gosto, este armário também está na minha sala. Hehe. Bons ventos lhe levem os meus beijos para ti, Gil. Muac!
Saúde para sua família.

Allan Robert P. J. disse...

Beijar pode ser o prenúncio ou o fim, mas será sempre melhor se roubado.

:)

Unknown disse...

Boa noite Gilbamar,
uma excelente crónica sem dúvida.
O beijo rejuvenesce-nos e faz-nos sentir bem

Beijinhos,
Ana Martins
Ave Sem Asas