domingo, 4 de julho de 2010

ESCREVO SOBRE O AMOR

      Apraz-me escrever e divagar sobre a beleza, o lirismo e o encanto que as coisas belas despertam em meu coração. Não é nada do meu feitio discorrer sobre o escandaloso que atrai as atenções e o inusitado que desperta a curiosidade. Gosto da beleza em todas as suas expressões poéticas ou naturais. Opto pela poesia e redijo singelas crônicas enveredando pelo âmago do amor, da vida, do entendimento humano, da melancolia desvairada, do ardor pelo existir e fazer algo em prol do amanhã de todos. Talvez por isso meus textos não encontrem tanto eco nem reverberem aqui e alhures como eu certamente gostaria. E estou a crer que decerto essa é a razão maior das poucas visitas recebidas em minha escrivaninha e do pequeno número de comentários. Confesso, porém, serem todos apreciados com a mesma alegria e entusiasmo, dando a cada um deles uma atenção especial e honras merecidas, agradecido por ter sido agraciado por esses maravilhosos amigos que dedicam um pouco de seu precioso tempo para uma vista d'olhos nos rabiscos de minha autoria e, muito mais que isso, deixam suas doces impressões através das palavras expressivas e amigas quando comentam.

    E assim vou e continuarei indo palmilhando esse trajeto sinuoso das tantas coisas que fazem um enorme bem à alma de quantos se alinham nos traços dessa trilha onde imperam a paz e os bons sentimentos. Disserto sobre a alegria e seu reino mergulhando no abismo infinito do que há de mais sublime, realizando-me, por fim, nos contornos do amor. É justamente esse romantismo incurável que me direciona tornando-se o mote e a diretriz dos meus desígnios rotineiros, sendo quase impossível fugir de sua direção mesmo que eu quisesse e, óbviamente, não desejo desviar-me desse curso de plácidas águas. Faz-me um baita bem ao espírito seguí-lo, alegra-me sobremaneira e me transmite intenso conforto e suave bem estar!

    No cotidiano, enamoro-me do alvorecer e me deixo fascinar pela originalidade marcante do nascer do sol distribuindo os raios pelas bandas ocidentais, aquietando-me rejubilado quando o ocaso se despede do dia para vê-lo recolhendo-se ao  repouso. O Astro-rei todos os dias morre ao entardecer para dar vida à escuridão noturna iluminada pelo brilho da lua, que nasce para nosso deleite. Logo, ao engatinhar da noite, agita-me a emoção assistir ao luar, por quem o mar se apaixona, espraiando luz pelo céu transbordando estrelas. Daí, ante esse transe de elementos naturais se entrechocando delicada e suavemente como casais embevecidos, feito criança deslumbrada, eis que me vem a inspiração e abraço as letras num aconchego interminável, e nisso o fluir das palavras vai formando o meu toque literário pessoal.

    Prefiro o inesquecível e perene ao imediatismo dos rompantes passageiros mesclados por idéias estonteantes de instantes apenas, de breves labaredas, de repentinos e logo desaparecidos passares, pois sou aquele beija-flor enternecido a irromper cego de fervor e desejo, ávido até, pelos meandros dos jardins floridos bem cuidados por jardineiros devotados. Escrevo para o brotar do deleite, pensando no impensado, avesso às frivolidades, distanciando-me dos modismos tênues e frágeis como pétalas jogadas ao acaso e pisoteadas pelo desprezo dos dias subsequentes. Quero tão-somente enternecer.

2 comentários:

Je Vois La Vie en Vert disse...

Somos muito parecidos e acho que somos os dois felizes, não é ?
Beijinhos
Verdinha

Rhavyell disse...

Linguagem e escrita estão espetaculares.