terça-feira, 27 de julho de 2010

TRISTEZA TEM FIM

Tristeza é a silenciosa enfermidade invadindo os meandros da alma e corroendo do coração o entusiasmo que se tem pela vida. Quem se entristece, mormente se levado por alguma forte e tendenciosa razão concreta ou abstrata do seu cotidiano, tende a esconder-se do convívio humano para imiscuir-se pelos subterrâneos pantanosos dos recônditos mais sombrios do próprio ser. Caso esse inimigo sutil e enganador não seja subjugado a tempo, os sintomas se agravam ainda mais se o infeliz contaminado por esse vírus medonho se deixa conduzir, sem qualquer reação, às ânsias dessa sinuosa estrada depressiva aprofundando o abismo que o separa do bem estar óbvio e natural que precisa ser corriqueiro para todos os seres humanos.
      O mal de deixar-se envolver pelas dilacerantes teias da tristeza recrudesce se a abraçamos incondicionalmente, se a ela nos entregamos de corpo inteiro, se a recebemos com o coração aberto e a alma vazia de objetivos e sonhos. Só fica triste por muito tempo, inerte e absorvido pelos desígnios maléficos da situação que motivou a tristeza,  quem não consegue vencer a letargia proveniente desse estado angustiante e se prostra vencido, desprovido de qualquer ação ou tentativa de fugir o mais rápido possível de seus tentáculos. Pois à medida que o ânimo do indivíduo, enfraquecido pela tristeza, desce a níveis alarmantes desenvolvendo apatia geral num grau de absurda melancolia, a tendência, em não havendo o antídoto adequado no momento oportuno, é enveredar por âmbitos mais sombrios. De densas proporções vai se delineando o fim do túnel, a perpetuar-se esse cancro psicológico nefasto.
      Sendo Deus o próprio amor e origem da alegria e da felicidade fica deveras patente que o manancial da tristeza flui de outra vertente, brota das sombras malignas ocultas dos olhos humanos mas por demais visível ao coração, por isso a batalha parece mais difícil em virtude do local onde se desenrola, a mente, sendo somente ela a testemunhar esse mal ao seu derredor como se fossem leões míticos rugindo ameaçadores, prestes a devorar a presa se ela estiver em posição indefesa. Seu ataque em muitas ocasiões é devastador, passando o algoz a dominar a pobre vítima e fazendo dela um poço de angústia. Daí a importância de voltar-se para a glória de Deus contemplando Sua face com esses mesmos olhos espirituais atacados pela ousadia demoníaca dos anjos caídos. Vale, então, uma doce e silenciosa conversa com o Todo Poderoso através da oração aproveitando a ocasião para revelar a Ele as amarguras que o atormentam, o decair das pálpebras que o deixam bem para baixo, o negrume de amontoados pensamentos negativos a desviá-lo de um sadio viver feliz. Você não pode com a tristeza? Deus pode, conte a Ele, desnude-se dos conceitos infelizes diante de Sua bendita presença. Esse passo decisivo abrandará e porá fim ao tormento que inferniza sua vida. Porém, tudo a Seu tempo e a depender de Sua divina vontade. Ressalte-se que o diálogo com Deus pela via do orar já será suficiente para enxergar o problema por outro prisma. Com esse incomensurável poder, você terá mais força de vontade para não ser aprisionado pela tristeza quando vislumbrar suas nuvens pairando ameaçadoras sobre si.

Um comentário:

Gabiprog disse...

El caminar por el barro de la tristeza es siempre muy cansado. Acabamos por arrodillarnos y ser incapaces de no ver horizonte alguno.

Un abrazo.