quarta-feira, 14 de novembro de 2007

N Ã O!

Não seja antipático com seus interlocutores, você não imagina o quanto é triste e angustiante dialogar com sujeitos dominados pelo azedume. Quando é imprescindível e fatal isso acontecer, quando é absolutamente impossível não ouvir os “rudes” por razões diversas, então apraz-nos afastar deles o mais depressa possível, tamanha a sua intolerância. Nem é necessário lembrar o quanto todos, sem exceção, necessitamos uns dos outros em nosso cotidiano. Somos sociais por natureza, e a antipatia destrói amizades, afasta os semelhantes, faz brotar o vírus da solidão e atrai a melancolia. Um cara anti-social certamente é infeliz.
Não seja estúpido em suas respostas, as pessoas nos respeitam por nosso caráter não pela brutalidade ou tentativa de autoritarismo de nossas palavras. A estupidez assegura o medo, não a reverência; e o medo é o primeiro passo para o rancor e a vingança, esta muitas vezes desmedida. O sujeito estúpido é desprezado e esquecido por todos, ninguém gosta de topar com ele em nenhuma circunstância.
Não fume, pois inalar a fumaça maldita do cigarro é como beber cicuta em doses homeopáticas até que se forme o câncer devastador em sua boca, no estômago, no pulmão e em qualquer outra parte do seu organismo. O cigarro é o dedo do diabo e o olho ferino da morte. Fumar foi a invenção mais auto destrutiva e amaldiçoada que o homem inventou. Quem fuma se apunhala dia após dia. Beijar um fumante é o mesmo que beijar um cinzeiro sujo.
Não aprisione os pássaros por enternecer-se com seus trinados, eles não cantam de felicidade nas gaiolas, é de dor e saudade, muita saudade das copas das árvores, do céu e das nuvens. Feridos pelo venenoso dardo da solidão, choram da única maneira que sabem: gorjeando, malgrado entristecidos. Não pense que eles se sentem felizardos por terem o alimento que lhes é dado por seu carcereiro. Não, é-lhes prazeiroso catar o alimento e beber a água empoçada no chão a tempo e a hora de sua vontade. As aves nasceram para voar como nós para caminhar, na mesma e harmônica liberdade. É delas o espaço para o alçar dos seus vôos no abrir das belas asas.
Jamais seja desonesto, a honradez do homem e sua hombridade, seu nome e o de sua família não merecem ser jogados na lama. Se bem muitos achem que ser desonesto no Brasil é comportamento comum, lembramos que a lealdade é a grande virtude do cidadão de bem. A honestidade conforta nosso espírito e nos faz sentir bem conosco mesmo e com nossa consciência. Ao honesto são cantadas loas pelas pessoas sérias e de caráter, ao ladrão apenas surras boas e a lata do lixo do desprezo, além da desconfiança perene de todos quantos o conhecem. Eu não confiaria nem mesmo uma rosa ao desonesto.
Não se mostre egoísta, não queira tudo só para si. Há tanta gente sofrendo necessidades básicas e aguardando o lindo gesto da mão que doa. Sabe Deus quantos necessitam de suas sobras, por mínimas que sejam. O egoísmo é um lago fétido abandonado, um laço que cega, tal qual uma ilha podre cercada de eletricidade negativa aonde não se pode chegar por causa dos charcos em seu redor. Ser egoísta é mostrar-se pobre de humanidade, e é um potente atestado de ódio ao semelhante.
Não, jamais experimente qualquer tipo de droga. Esteja absolutamente certo que ela vicia, maltrata e, por fim, mata impiedosamente, além de causar tantas desgraças nas sociedades em que se prolifera. Fuja de qualquer tipo de droga como se estivesse se afastando de um abismo terrível que poderá engolir qualquer um nas proximidades. A droga é poderosa arma diabólica, afiada, mortal, impiedosa.
Não seja uma Maria-vai-com-as-outras, tenha suas próprias e determinadas opiniões a respeito dos fatos. Critique e elogie conforme sua inteligência enxerga os acontecimentos. Mostre-se verdadeiramente autêntico.
Diga um Não maiúsculo às bebidas alcoólicas, ao ponto de não beber nem socialmente, esse eufemismo cínico sob o qual se esconde o princípio do alcoolismo, enfermidade capaz de desgraçar famílias e vidas inocentes. As aguardentes abrem as portas para um rio de amargura a desaguar no mar das tormentas. O bêbado torna-se aquele palhaço digno de pena mas geralmente é tratado com ignomínia e ironia porque não tem controle das próprias faculdades, por isso não lhe concedem o menor respeito.
Não reprima as lágrimas, deixe-as fluir intensamente, em total liberdade como as borboletas voam suavemente em meio às flores espalhando seu colorido balsâmico. Chorar não é somente para os sensíveis, pois que próprio dos seres humanos. As lágrimas fazem bem aos olhos pois os lubrificam com a qualidade e a perfeição que nenhum colírio preparado pelo homem consegue. A alma é lavada quando o peito soluça e as lágrimas deslizam pela face.
Não se deixe cortejar pela inveja nem se empolgue com a malícia sorrateira; aquela é peçonha se infiltrando por entre as artérias do coração, esta, o fel a contaminar a beleza natural dos relacionamentos pessoais. A primeira é gradual depressão a machucar com sadismo seu hospedeiro, a outra é a semente da maldade enraizada, metástase arraigada na emoção do malicioso. O invejoso é elemento abjeto, incapaz de superar suas deficiências e contornar as dificuldades, preferindo atormentar-se nas reflexões negativas de não ter mas querer aquilo que os outros possuem. Estão sujos de lama os olhos do malicioso.
Não! NUNCA deixe de amar. Que é o viver sem a saborosa doçura desse sentimento tão lindo quanto importante na vida? É o existir algo interessante, coerente ou razoável sem o toque singelo e a magia do amor? Mil vezes não! Quando o homem pára de amar, de orientar-se pela virtude singular do amor, esse algo mais inerente aos racionais e oriundo de Deus, ele praticamente mergulha no poço profundo da tristeza e, aos poucos, falece, evapora, fragmenta-se como pessoa, torna-se apenas mero sopro do nada. O amor não é somente lindo, mas o melhor e mais delicioso tempero da existência humana, a dulcíssima sobremesa da paixão, o melhor dos vinhos mais sonhados e jamais produzidos, o reverberar dos enlevos mais puros e almejados. Nobre e superior, abre portas e corações, desperta do mais profundo d’alma a ânsia de sonhar acordado, de protagonizar devaneios, e aguça o desejo de continuar vivo, de persistir sentindo o pulsar da existência em toda sua plenitude. Igual a um diamante, o amor é eterno.

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