quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

MUNDO DOIDÃO - Final


Via-se obrigado a casar
Quem à virgem deflorava
Não importando sequer
Se o casal não se amava
Lavar a honra era o fino
Isso eu vi desde menino
Só a força é que mandava

Isso valia para todos
Ou casava ou morria
Não adiantava chorar
Quem escapava, fugia,
E se o sujeito se mandasse
Melhor que o mundo acabasse
Nunca mais ninguém o via

Ele que não mais voltasse
Ao lugar da sua desdita
Caso voltasse, já sabia,
Teria uma sina maldita
Poderia até ser morto
E viraria um anjo torto
Lavando a honra bendita

Claro que tamanho exagero
Não poderia perdurar
O diálogo é o caminho
Não vamos exagerar
Mas a coisa mudou demais
Por favor, me dê meus sais
Que o mundo vai acabar!

E tudo é culpa do homem
Que pecou por omissão
Ou porque quis errar mesmo
Seguindo conselho do cão
E assim transformou a vida
Que um dia foi querida
Nessa grande confusão

O que podemos esperar
De manhãs sem esperança
De gente sem ternura
Adultos que matam criança?
Os sonhos, onde estão?
Esquecemos o perdão
Só pensamos em vingança!

Desiludiu-se a humanidade
Num caos sem precedente
Vendo tudo pegar fogo
Na violência crescente
Parece que nada tem jeito
Ninguém mais morre no leito
Chorado por sua gente

Então, o que devemos fazer:
Deixar as coisas como estão
Sem levantar uma palha
E endurecer o coração
Pondo uma pá de areia
Em toda essa coisa feia
E aumentar a confusão?

Espere, não é bem assim,
Somos seres evolutivos
Ainda existem homens bons
Estudiosos e criativos
Agindo como altruístas
Como os poetas e artistas
Que nada têm de vingativos

Com eles podemos sonhar
E viajar nos devaneios
Fazer da vida uma festa
Não pegar o que é alheio
E da cor do que é bonito
Repintemos o maldito
Apagando os pontos feios

Trocando as cores da vida
Pintando um desenho novo
Enchendo a Terra de plantas
Alegrando o rosto do povo
Para colher só alegria
Tornando a existência sadia
Fazer do viver um renovo

Nesse mister, então,
Apenas o bem reinará
Sonharemos acordados
Vamos o amor replantar
No jardim nascerão flores
Semearemos amores
Nunca será preciso chorar

A não ser que o choro venha
Trazendo a felicidade
Como emissário da paz
Demonstrando idoneidade
Nos olhos de quem o derrama
Acendendo assim a chama

Que guia a humanidade

Um comentário:

Arnaud Amorim disse...

Gostei muito do poema MUNDO DOIDÃO.
Percebi que este poema foi feito
em 7 versos de 7 sílabas, onde você rimou o 2º, 4º e o 7º versos. Também rimam o 5º e 6º versos. Correto?
Valeu.Muito bem feito e muito legal.