sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

O PRANTO DERRADEIRO

Nos teus minutos derradeiros, meu pai,
te vi frágil ser indefeso no sombrio leito
aguardando o último suspiro que vai
se esvaindo num ritmo lento e inquieto

A voz falhando parca em tua garganta,
Balbuciavas frases incoerentes...choravas
Que arrebatadora tristeza te acicatava,
pai, no dorido pranto que derramavas?

Abracei-te, sensibilizado, ante a grandeza
de teus sentimentos expostos abertamente
Entendi, então, que pranteavas a certeza

de não poder, no sopro final, expressar
como gostarias, o quanto intensamente
nos amas, e mais ainda quisera amar

Nenhum comentário: