sexta-feira, 23 de maio de 2008

ENFIM, BUENOS AIRES!

Depois de quase três horas sobrevoando o espaço aéreo do Brasil e do Paraguai, por fim adentramos os céus da Argentina. O comandante avisou que para desembarcarmos em Buenos Aires deveríamos preencher um formulário de imigração e apresentar o passaporte. Disse também que, conforme determinam as leis daquele país, o interior do avião com todos os passageiros em seus lugares precisava ser dedetizado, e explicou que o produto a ser usado era inofensivo aos seres humanos. Uma aeromoça começou a distribuir os formulários enquanto outra deu início à borrifação da aeronave com um spray contendo um líquido desinfetante que não nos foi dado conhecer. Tudo pronto, pouco tempo depois foi anunciada a aterrissagem no aeroporto de Ezeiza com todo aquele aparato já notório. Ansiosos e meio nervosos de excitação ante a expectativa de pisar o solo argentino, eu e minha esposa apreciávamos a vista aérea panorâmica da capital apontando, rindo, sendo surpreendidos, animados, felizes. Afinal de contas, era nossa primeira viagem internacional. Vimos do alto a silhueta de piscinas em diversas residências, ainda sem saber em que bairro estavam localizadas mas fazendo conjeturas a respeito das condições financeiras dos portenhos. Quando o nosso avião baixou o trem de pouso fazendo aquele barulho característico e estremecendo como se tivesse sofrido um baque imperceptível, vimos quase de perto as primeiras imagens de um universo novo, diferente, ao mesmo tempo estranho e interessante. Antes mesmo de o boing estacionar completamente, como sempre ocorre e tenho testeminhado nas viagens por via aérea, e apesar do aviso do comandante para permanecermos sentados até sua parada final, praticamente todos os passageiros já estavam de pé na ânsia de desembarcar. E nós lá com eles aos trombolhões, nervosos, tomados também pela ansiedade. Meus olhos desejavam ardentemente descortinar aquelas paragens novas, captar a realidade de um mundo totalmente oposto ao de minha cidade e do meu país, queriam com urgência chegar perto para desbravar e desvirginar contornos e saliências nunca antes vistos.Fomos encaminhados para o setor de imigração, uma fila enorme já formada pelos que desembarcaram primeiro naquela correria de chegar logo ao destino pisando terra firme. Sacamos nossos passaportes e os formulários de entrada e nos enfileiramos como os demais caminhando vagarosamente e olhando com uma certa inveja os que estavam bem à nossa frente. À nossa vez, a funcionária da alfândega argentina pediu os passaportes e os formulários preenchidos, olhou rapidamente para mim e para minha esposa e, em seguida, carimbou nossos documentos e pudemos, enfim, oficialmente, entrar na Argentina. Esperáva-nos o grandioso e inacreditável universo do dufry de Buenos Aires, com seus perfumes franceses, suas bolsas de marcas internacionais, chocolates belgas e suíços, óculos RayBan, Dolce & Gabbana, Gucci, etc, além de milhares de lindos objetos importados que fazem disparar o coração dos viajantes não habituados com tantas maravilhas e novidades. Permanecemos um longo tempo no local admirando e comprando deixando para pegar a bagagem depois e sem lembrar que o encarregado de nosso traslado certamente já estaria à espera segurando à altura de sua cabeça um papel com o meu nome em destaque.

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