quarta-feira, 28 de maio de 2008

SORRI EM MONTEVIDEO



O Aeroparque, de onde embarcaríamos num boing da Aerolíneas Argentinas para Montevideo, não é um aeroporto pequeno como a princípio pensei. Ao contrário, é enorme! Demos adeus momentaneamente a Buenos Aires porque ainda passaríamos por lá na volta para o Brasil e uma última olhada na Calle Lavalle, divisando a multidão envolta em fumaça de cigarros que se atropelava indo, vindo e cruzando com outra enxurrada de gente na Calle Florida. Quando nos embrenhávamos pelas ruas movimentadas buenosairenses, já por volta das quatorze horas, eu tentava reter as imagens que avistava como se as guardasse feito retratos que poderia olhar sempre que quisesse para relembrar o passeio. Mas elas iam sendo mudadas em minha visão com a velocidade do impossível à medida que o carro avançava no rumo de nosso destino. A exemplo de tudo ser longe por lá, também o Aeroparque era, por isso levamos mais de meia hora até adentrar seu espaço. Fizemos o chek in, tiramos fotos, pagamos a taxa de embarque - dezesseis dólares - e nos deixamos vagar por entre os quadrantes do aeroporto enquanto esperávamos a hora da partida. Montevideo nos aguardava naquele mesmo instante, não tão distante mas desconhecida tanto quanto fora Buenos Aires antes de chegarmos. Fazia um sol exagerado lá fora, de formidável brilho encandeante e os minutos custavam a passar. Creio que isso se devia, evidentemente, ao nosso desejo ardente de sossegar a ansiedade de descortinar de vez a paisagem uruguaia e deixar-nos levitar com esse novo momento do passeio.Às 17:30 decolamos. Buenos Aires ia ficando para trás e transformando-se num enorme borrão lá de cima perto das nuvens onde estávamos. As lembranças mescladas com tantas alegrias e diversões, além do nervosismo natural decorrente do anseio oriundo de tudo que seja novidade, sedimentavam-se nos arquivos insensívels da memória e se acomodavam à guisa de papéis guardados em uma gaveta do armário da casa. Estar na Argentina fora algo meio aventuresco para nós apesar de toda programação antecipada no Brasil, do hotel reservado de antemão, do city tour, etc, porque conquanto isso procuramos conhecer lugares não considerados turísticos, tentamos enxergar a alma da cidade e os seus batimentos cardiácos mais profundos, sua intimidade, as ruas distantes do obelisco, dos shoppings, passando por Puerto Madero, Palermo, San Martin, San Telmo, Recoleta, Palermo Viejo e outros locais conhecidos com outra ótica, tendo visões críticas e humanas. Levamos na bagagem muitos acréscimos e tantas saudades, deixando uma parte de nós em terras portenhas.Desembarcamos em Montevideo, no Aeroporto Carrasco, por volta das dezoito horas. Desta feita não demoramos tanto assim no Dufry, tomando logo da bagagem e procurando nosso traslado. E lá estava o encarregado de nos levar até o Sheraton, onde ficaríamos hospedados. Cumprimentei-o e um rapaz todo sorridente e oferecido tomou-me das mãos o carrinho com as malas para conduzí-las, não sem que antes em perguntasse ao nosso contato se o cara estava com ele. Como entendi que sim entreguei o carrinho e os acompanhei. Montevideo me saudava pregando uma peça, a temperatura gelada, o ar carregado pela bruma da noite iminente. É que o cara oferecido não passava de um carregador de malas aproveitador e metido, agora solicitando "una propina por el carruego" depois de colocar tudo no bagageiro do carro. Fiz-me de desentendido para mostrar a ele que brasileiro não é bobo nem otário e ele saiu esbravejando impropérios e sacudindo os braços para cima. No caminho do hotel, pelo litoral, os primeiros quadros de Montevideo aos nossos olhos, avistei imenso out door anunciando a apresentação de Roberto Carlos no próximo dia 11/05/08 e sorri. Estávamos em 07/05 e víamos anoitecer à nossa chegada na capital uruguaia.

Um comentário:

Anônimo disse...

Que lindo está o meu "casal apaixonado".
Gosto tanto de ver!!!
Felicidades,meus queridos Amigos.
Beijo.
isa.