terça-feira, 27 de maio de 2008

AGORA, MONTEVIDEO

Esperando o metrô para Alto Palermo

Na segunda etapa da maravilhosa viagem pela América do Sul, nosso próximo destino era Montevideo, capital do Uruguai. O vôo seria pela companhia aérea Aerolíneas Argentinas e sairia às 17:00 horas. O traslado do hotel até o Aeroparque, que é o aeroporto menor de Buenos Aires para viagens domésticas ou internacionais quando seguindo para países próximos como Uruguai e Paraguai, chegaria ao hotel às quinze. Até lá teríamos ainda algum tempo para perambular pela cidade e conhecer mais determinados pontos ainda não visitados. Com essa precípua finalidade, nesse dia acordamos bem cedo e nos preparamos para o périplo. Tomamos o café da manhã sem demora e fomos de metrô para Alto Palermo, sempre lotado porém um meio de transporte bastante rápido, eficiente e tranquilo. Passamos rapidamente pelo shopping e também pela padaria Housbröt, famosa panificadora alemã que produz os melhores pães integrais e outras delícias em Buenos Aires. Nosso destino, a seguir, era a Praça Libertador, conferindo antes a beleza do Jardim Botânico e do Jardim Zoológico, caminhando rápido logo depois para o último item de nossa lista de visitas: o Jardim Japonês. Sabendo de antemão que o local para onde estávamos indo não era muito longe a partir de onde estávamos, decidimos ir mesmo caminhando. Percebemos a existência de muitos dejetos de animais, cachorros certamente, ao longo do trajeto, entendendo o por quê disso lá adiante ao vermos vários jovens passeando com os lulus das madames pelas ruas do bairro, diversos deles ao mesmo tempo, entre outras pessoas também levando os seus tranquilamente pela coleira para a distração matinal cotidiana.Foi nesse dia que cruzamos a desproporcional avenida Libertador. O sol brilhava com uma intensidade jamais vista nem mesmo no Nordeste brasileiro, embora fizesse frio. Aliás, a respeito do Astro-rei, em Buenos Aires ele parece mais forte, maior e bem mais estupendo em sua claridade quase absurda, sendo interessante notar que, apesar disso, a temperatura nesse período do outono, persistia sempre num padrão provocador de insuportável frieza, algo em torno de doze graus depois das dez horas. E foi sob esse frio mesclado com o fogo intrigante do sol que corremos até o outro lado da avenida quando o sinal ficou verde para nós. Então, esbaforidos pela desabalada carreira, chegamos, jpor fim, à Praça Libertador, um verdadeiro pulmão verde onde as árvores pululam como pedras. São muitas, muitas mesmo, centenas, milhares espalhadas por cada recanto da praça e enchendo de oxigênio puro aquela cidade tão poluída pelo veneno da nicotina e outros tantos poluentes visíveis e invisíveis.Pagamos dez dólares para entrar no Jardim Japonês. É uma espécie de santuário onde carpas enormes brincam com os turistas que lhes jogam alimentos e as plantas parecem acenar para nós ao lado de fontes dágua naturais e a beleza plena do local. Ali poderíamos passar um dia inteiro tirando fotos, conversando, namorando, passeando por suas trilhas e pontes, museu, biblioteca e restaurante, bebendo daquele silêncio e vendo os patinhos nadando na maior felicidade. O Jardim Japonês deve ser visitado por todos que forem a Buenos Aires. Quem vai lá nunca mais esquece.Pegamos o metrô de volta para o centro e descemos bem ao lado da Calle Florida, agora já apressados para encontrar um restaurante e almoçar rapidamente. Encontramos um na Lavalle, naquele momento praticamente lotado mas ainda assim, graças a Deus, conseguimos uma mesa. Já no hotel, as malas prontas, uma última olhada pelos quadrantes do quarte para não esquecer nada, descemos e fomos à recepção com vistas ao chek out. Despedimo-nos dos esquisitos recepcionistas e ficamos aguardando o traslado. Às três horas em ponto saímos com destino ao Aeroparque, dando adeus às ruas e bairros por onde transitávamos, fixando nos olhos e na mente todas as imagens possíveis que seriam vistas e revistas muitas vezes no Brasil através das fotos e filmagens a cargo de minha esposa. Saíamos de Buenos Aires e seguíamos para Montevideo. Já levávamos saudade da Argentina.

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