A chuva em trovoadas desabou
do céu, intensa, em abundância,
como lágrimas de Nosso Senhor
despertando o meu lado criança
Corri a pegar um pedaço de papel
com ele fiz um lindo barquinho
onde desenhei o índigo do céu
e acrescentei pitadas de carinho
De terno, gravata, sapato mocassim
sem me importar com a aparência
meio infantil, tudo era novo pra mim,
extravasei minha olvidada inocência
A chuva forte molhou-me por inteiro
deitei-me tão feliz sobre a calçada
e vi, rindo, a água formando um ribeiro,
patético, minha roupa toda molhada
Coloquei o barquinho na correnteza
que, lépido e fagueiro, saiu a navegar
e na fragilidade cândida de sua leveza
parecia deslizando nas ondas do mar
A água, brava, o levou para distante
por mares nunca outrora navegados
e lá se foi como firme vai a amante
quando discute e briga com o amado
Fiquei deitado sob as lágrimas do céu
vendo meu barco que se ia radiante
e mesmo sendo pequeno, feito de papel,
deixou-se levar às cegas, todo confiante
3 comentários:
Belo poema e , infelizmente, muito actual. O mundo está a sofrer com tempestades, tsunamis, tremores de terra, ....
Beijinhos
Verdinha
Gilbamar meu querido, que saudades de ti!
estive louca atrás de ti, mudei o tamplate do blog e não sei porque algumas pessoas que eu sigo sumiram!
Então, hoje tive a brilhante ideia de procurar nos comentários de posts antigos, deu um pouquinh de trabalho mas valeu apena.
querido amnhã meu blog estará completando um ano e ficarei muito, mais muito feliz com tua presença.
Para comemorar estou fazendo minha primeira coletiva, tema é nobre e sei que você vai adorar, gostaria que fizesse um cordel sobre o tema.
Dê uma passadinha lá no blog para ver os detalhes, e porfavor participe. Sua presença é muito importante para mim. Agora que te reencontrei não perco mais de vista!
Beijo na alma querido e até amanhã...
Gostei de sua viagem à infância. Isso é muito necessário. Eu faço sempre. Um abraço.
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