terça-feira, 23 de novembro de 2010

VELHO LIVRO QUE RASGOU

Sou apenas ponto de interrogação
na gramática humana distorcida
já fui outrora traço de exclamação
mas tornei-me pingo no termo da vida

Também estou no dicionário: eu ninguém
aquele poeta que o mundo nunca leu
simples escritor jamais lido por alguém
raiz quadrada que o aluno esqueceu

Um livro na estante abandonado
que leitores não quiseram manusear
e desse modo ficou lá, empoeirado

Mas esse ponto, velho livro que rasgou
mera poeira que o vento jogou no mar
quis ser poeta e desprezado escritor
 
Gilbamar de Oliveira Bezerra

3 comentários:

Marcella Castro disse...

Gilbamar! Como estás? :)
Sempre usando muito bem as palavras! Adorei! Todos nós somos um pouco de tudo, depende da fase que estamos a viver! Todos nós já nos sentimos um poeta esquecido!
Beijos!

Ana Maria disse...

Belo poema, amei!
Posso levá-lo para o Atelier das Poesias?
Beijinhos de luz!

Ângelo disse...

Lindo poema.


Muito bom mesmo, engrandecedor.


Abraços e parabéns