As cafeterias de Buenos Aires tem quase o mesmo charme parisiense, acredito até que provavelmente não fiquem a dever muito às de Paris, se posso assim afirmar, e geralmente são frequentadas por senhoras e senhores maduros, pessoas da classe média e também das classes acima desse padrão que chegam a todo instante e tomam assento, abrem o jornal, um livro, ou então conversam se estão em grupo e deixam o tempo passar, esquecem a correria.
Quando preferem sentar-se às mesas situadas colocadas na calçada das cafeterias, acendem seus indefectíveis cigarritos e vão soltando as terríveis baforadas que transformam Buenos Aires num imenso e malcheiroso cinzeiro a céu aberto.
É quase impossível, por exemplo, seguir por alguma rua de qualquer bairro buenairense sem topar com várias cafeterias nas esquinas, espremidas entre os prédios residenciais, ao lado de padarias, confeitarias e quiosques de frutas.
São centenas delas distribuídas aleatoriamente pela cidade inteira, quiçá sejam milhares, destinadas a todos os gostos e bolsos, espalhando seus aromas por meio da brisa leve, atraindo os clientes usuais e conquistando muitos outros dia após dia.
As cafeterias, como seria óbvio, já fazem parte, ademais, do cenário dos shoppings centers, sendo fácil e rápido na primeira curva de qualquer um deles topar com um Mac Café, um Brioche Dorée, realmente com centena de outros.
Elas oferecem a tranquilidade tão desejada pela maioria, mormente pelos que buscam um ambiente propício à leitura do jornal ou de um bom livro enquanto o tempo passa, algo impossível de ser vivida no burburinho do cotidiano.
Nesses locais, como de regra ocorre em todas as cafeterias, a frequência é interminável, há sempre um grande número de clientes degustando seu cafezinho expresso puro, latte, machiato, acompanhado de medialunas doces e salgadas, tortas e bolos, deixando no ar o característico e irresistível odor do café que convida olfatos argentinos e estrangeiros para sentar e saborear essa bebida tão conhecida, admirada, procurada, desejada e degustada nas cafeterias do mundo inteiro.
Elas, contudo, se multiplicam como coelhos e vão se estabelecendo onde lhes for possível, porque há espaço e mercado amplo para esse comércio já tão popular na Argentina.
Todos os argentinos amam tomar café, amam adentrar numa cafeteria e fazer a festa dos sabores.
E não somente eles, é claro, pois não se pode deixar de lembrar que também os turistas fazem parte dos seus apreciadores mais contumazes.
Inúmeras delas, além de antigas em suas atividades na capital, alcançaram fama muito além-fronteiras, como La Biela, El Gato negro, Starbucks, Segrefedo Café, Café Tortoni, Café Martinez e tantos outros.
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