segunda-feira, 21 de novembro de 2011

FLORES NAS RUAS DE BUENOS AIRES


As flores se multiplicam pelos quatro cantos de Buenos Aires, estão por toda parte, nas calçadas, nas cigarreiras, aqui e ali, vendidas em profusão diariamente por suas ruas e avenidas. São várias as espécies, principalmente tulipas vermelhas, copos de leite, jasmins, violetas e um sem número delas provocando encanto e atraindo a atenção de homens e mulheres, muitos dos quais param e escolhem as que mais lhes agradam para levar para alguém decerto muito especial. Vem em pequenos jarros, por unidades, em buquês ou ramalhetes, e já amanhecem cedinho em seus pontos de venda por toda a capital portenha como se fora produto de primeira necessidade e de uso diário. Amontoam-se as pessoas para comprá-las ou simplesmente para vê-las, examiná-las, admirá-las e sentir-lhes o perfume, mas geralmente todos saem sobraçando-as como se levassem consigo um tesouro de inestimável valor.






A beleza inigualável dessas maravilhosas flores enfeita a capital da Argentina os sete dias da semana, vendidas que são diariamente de segunda a segunda. Os argentinos tem grande fascinação pelo frescor que irradiam, pela atração que por óbvio exercem e pelo perfume suavemente delicado e gostoso que se espraia e vai longe por onde estão não apenas para conquistar, atrair e apaixonar, mas também para tornar mais sublime os dias e as horas dos transeuntes tanto turistas quanto, especialmente, os moradores locais. Os diversos vendedores de flores conhecem bem esse fetiche, sabem há muito como elas já caíram no gosto e na ternura dos clientes. Sendo produto perecível, aqueles mesmos compradores de ontem tornarão a adquiri-las hoje e amanhã. Porque flores são alegria inefável para coração, flores são como alimento para a alma, tanto feminina quanto masculina, porque elas não tem gênero, mas ternura.



A oferta de flores pelos muitos vendedores nas ruas e nas calçadas de Buenos Aires, pelo que pude perceber, não é maior do que a demanda dos clientes habituais, geralmente quando anoitece a quantidade vendida equivale quase sempre às incontáveis dúzias trazidas pelos comerciantes ao amanhecer. Todos compram, homens, mulheres, os jovens e os mais maduros, ricos e pobres, é como se as flores já tivessem se tornado parte essencial da existência deles, como se passar um dia sem levar para casa ou para o escritório flores recém-colhidas e exibindo todo seu frescor natural fosse um verdadeiro sacrilégio. Como se sem a presença delas em suas vidas tudo se turvasse, o sol apagasse, o céu deixasse de ser azul, o sorriso fugisse dos seus rostos.




Encantam-me sobremaneira ver esse amor do povo argentino pelas flores, algo não muito comum pelo menos na região do Brasil onde resido. Eu as tenho comprado, a exemplo deles, dia após dia, ofertando-as a minha amada como brinde especial de carinho e amor adicional a nosso passeio em Buenos Aires. Em nossas semanas aqui elas nos tem proporcionado mais ternura, mais encanto, mais alegria contagiante e contribui nesses dias para novas perspectivas, quimeras e reflexões enternecentes, novos horizontes só possíveis se elas estiverem presentes com seu perfume e com sua doçura. Passamos a gostar mais de flores a partir do momento em que, em nossas primeiras andanças pela capital portenha, as vislumbramos enchendo não apenas nossos olhos e coração, mas também dos demais transeuntes que desfrutam o privilégio de encontrá-las pelas ruas e avenidas à disposição dos românticos e sensíveis.




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