sexta-feira, 24 de agosto de 2007

SONETO


POETAS,POETAS
Gilbamar de Oliveira

Nas veias do poeta inspirado corre vinho e veneno,
raios de sol, água pura, mistérios do oceano,
ternura, sonhos dourados, olhar puro e leviano,
ele verseja num tom e diz que não quer, querendo

Devanear, bem sabemos, é próprio de quem poema,
é obra de garimpeiro, de escultor com cinzel,
de escritor tarimbado que viu Torre de Babel,
de Pierrot apaixonado, do casal Páris e Helena

Mas só ao poeta é dado admirar o orvalho,
namorar o brilho da lua, ouvir atento as estrelas
conhecer muitas mulheres e a um só tempo quere-las

Sempre alheio ao que o cerca, é eterno sonhador
enfrenta de perto a morte, não tem medo da dor
se mil vidas ele tivesse gostaria de vivê-las

Um comentário:

Lindemberg Gomes disse...

Gilbamar, Poetas, Poetas, reflete claramente, o seu interior, a sua sensibilidade e seu modo especial de ver este mundo de realidades tão duras, mas que você sabe com maestria suavizar através do poder mágico da palavra poética.