COMEÇA HOJE A FEIRA DO LIVRO DE MOSSORÓ. PARA INTELECTUAIS E AMANTES DA BOA LEITURA É PROGRAMA IMPERDÍVEL. ENTÃO, VAMOS TODOS PRESTIGIAR ESSE IMPORTANTE EVENTO PARA A CULTURA MOSSOROENSE.
COMO RESIDO EM NATAL, PROVAVELMENTE ESTAREI EM MOSSORÓ DO DIA 25 ATÉ 28, SE DEUS QUISER.
VIVA A FEIRA DO LIVRO DE MOSSORÓ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
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UM BURRO AÇOITANDO OUTRO - Parte final
Não é ato racional
Homem contra homem lutar
Só os bichos se engalfinham
Pois não sabem dialogar
Embora muitos homens
Não consigam conversar
O velho escondeu a faca
Na bainha da cintura
Agora já mais raivoso
Tomado pela loucura
Deu um pulo da carroça
Doido a essa altura
O coitado do burrinho
Permanecia esperando
Qualquer tipo de milagre
Para a dor ir acabando
Daquela carga pesada
Alguém o fosse livrando
Uma baba asquerosa
Da boca do pobrezinho
Descia em correnteza
Escorrendo no focinho
Deslizando pelo chão
- Pobre do animalzinho! -
Já o sangue do seu dorso
Enormes crostas formava
Colava no seu lombo
E logo coagulava
Misturado c’a poeira
No momento que brotava
Nas cercanias do local
Se formou uma multidão
Que olhava abismada
Aquela situação
E com medo do agressor
Não ousava por a mão
Tendo o velho descido
Da carroça carregada
Chegou perto do burrico
A raiva mais aumentada
E com o cabo do chicote
Recomeçou a porrada
Com tanta brutalidade
Em cima do animal
Não deu outra, ele caiu
Fazendo o ar cheirar mal
Porque o lixo desabou
Deixando logo o seu sinal
Mas o velho não se conteve
Parecia alucinado
Xingava o mundo inteiro
Gritando baratinado
Lutando contra o vento
Feito um bicho danado
Em meio à zoadeira
Do burro, da multidão,
Do velho esbravejando
Com o chicote na mão
Vi o carro da polícia
Chegando de supetão
Não posso nem revelar
Pois não sei quem avisou
Ao comando da polícia
Mas de súbito ela chegou
Fazendo estardalhaço
E o burro do velho levou
O burro a que me refiro
Gente, de quatro patas não é,
É o que anda só com duas
Nascido de homem e mulher
Que pensa ser racional
Mas não passa de um mané
Não foi tão fácil, porém,
Botar o velho em cana
Porque ele estrebuchou
E deu trabalho o sacana
Puxando da bainha
Uma naife americana
Brandindo a arma branca
Feito bandeira no ar
Ele desafiava a polícia
A boca aberta num esgar
Foi preciso muito esforço
Para o velho agarrar
Mas, como sói acontecer,
O agressor foi agarrado
Depois de algum tempo
Sendo logo algemado
E levado num camburão
Para ver o sol quadrado
Enquanto tratavam o bicho
Deitado e todo curvo
Me veio um pensamento:
O cara todo casmurro
Batendo no irracional
Não era homem, mas um burro
Eis aí o que eu penso
Sobre quem vive a espancar
Um burro que só trabalha
Sem tempo pra descansar
O xilindró é seu destino
Homem contra homem lutar
Só os bichos se engalfinham
Pois não sabem dialogar
Embora muitos homens
Não consigam conversar
O velho escondeu a faca
Na bainha da cintura
Agora já mais raivoso
Tomado pela loucura
Deu um pulo da carroça
Doido a essa altura
O coitado do burrinho
Permanecia esperando
Qualquer tipo de milagre
Para a dor ir acabando
Daquela carga pesada
Alguém o fosse livrando
Uma baba asquerosa
Da boca do pobrezinho
Descia em correnteza
Escorrendo no focinho
Deslizando pelo chão
- Pobre do animalzinho! -
Já o sangue do seu dorso
Enormes crostas formava
Colava no seu lombo
E logo coagulava
Misturado c’a poeira
No momento que brotava
Nas cercanias do local
Se formou uma multidão
Que olhava abismada
Aquela situação
E com medo do agressor
Não ousava por a mão
Tendo o velho descido
Da carroça carregada
Chegou perto do burrico
A raiva mais aumentada
E com o cabo do chicote
Recomeçou a porrada
Com tanta brutalidade
Em cima do animal
Não deu outra, ele caiu
Fazendo o ar cheirar mal
Porque o lixo desabou
Deixando logo o seu sinal
Mas o velho não se conteve
Parecia alucinado
Xingava o mundo inteiro
Gritando baratinado
Lutando contra o vento
Feito um bicho danado
Em meio à zoadeira
Do burro, da multidão,
Do velho esbravejando
Com o chicote na mão
Vi o carro da polícia
Chegando de supetão
Não posso nem revelar
Pois não sei quem avisou
Ao comando da polícia
Mas de súbito ela chegou
Fazendo estardalhaço
E o burro do velho levou
O burro a que me refiro
Gente, de quatro patas não é,
É o que anda só com duas
Nascido de homem e mulher
Que pensa ser racional
Mas não passa de um mané
Não foi tão fácil, porém,
Botar o velho em cana
Porque ele estrebuchou
E deu trabalho o sacana
Puxando da bainha
Uma naife americana
Brandindo a arma branca
Feito bandeira no ar
Ele desafiava a polícia
A boca aberta num esgar
Foi preciso muito esforço
Para o velho agarrar
Mas, como sói acontecer,
O agressor foi agarrado
Depois de algum tempo
Sendo logo algemado
E levado num camburão
Para ver o sol quadrado
Enquanto tratavam o bicho
Deitado e todo curvo
Me veio um pensamento:
O cara todo casmurro
Batendo no irracional
Não era homem, mas um burro
Eis aí o que eu penso
Sobre quem vive a espancar
Um burro que só trabalha
Sem tempo pra descansar
O xilindró é seu destino
Não tem como escapar
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