Há vidas que não são, meros retalhos rasgados
como fluidas de ventres jamais abençoados
O vento as leva em forma de poeira, desaparecem,
como que translúcidas, folhas mortas que nascem
Embrião seco, pálpebra deveras enrugada,
folha de um outono cinzento, linha apagada
Recolhem-se à insignificância sabendo-se ninguém
temem levantar os olhos, esperam, mas a paz não vem
São traços que não se vêem, reflexos da impotência
apenas e tão-só fragmentos vãos da indiferença
Porque vidas assim sofrem o forte látego do desprezo
nunca são notadas, marulham, bola murcha, sem peso
Chegam à existência como a brisa vem, calados,
e desaparecem sem deixar rastro, sós, magoados
como fluidas de ventres jamais abençoados
O vento as leva em forma de poeira, desaparecem,
como que translúcidas, folhas mortas que nascem
Embrião seco, pálpebra deveras enrugada,
folha de um outono cinzento, linha apagada
Recolhem-se à insignificância sabendo-se ninguém
temem levantar os olhos, esperam, mas a paz não vem
São traços que não se vêem, reflexos da impotência
apenas e tão-só fragmentos vãos da indiferença
Porque vidas assim sofrem o forte látego do desprezo
nunca são notadas, marulham, bola murcha, sem peso
Chegam à existência como a brisa vem, calados,
e desaparecem sem deixar rastro, sós, magoados
9 comentários:
Gilbamar, sabe que a medida que fui lendo setexto, foi me dando um medo de ser uma vida assim... uma vida que não é...
Mas ao final já sabia que não...
Porque sinto a vida... E chego não como brisa, mas como um tufão...rs
Se me sinto assim, então minha vida é...
Muito bom o texto... E tristes dessas vidas... que já nascem alquebradas...
Beijos avassaladores... De uma vida que É....rs
Ah, seres indigentes.
Seres que vivem por viver, esperando apenas chegar a hora de morrer, quando há muito jazem em Vida...
Beijos mil, Amigo Gilbamar!!!
Há vidas, e vidas... vidas sem sentido, sem razão de ser, vidas aparentemente felizes, e vida verdadeiramente felizes! Mas tudo sempre tem um motivo, tudo se justifica, porque a vida é um dos dons mais lindos que nos foi dado, e tenha ela sentido ou não, devemos sempre regá-la!
Parabéns!
Cada vez mais nos deparamos com vidas assim, uns porque não lhes dão a mão outros porque mesmo vivos já se deixaram morrer há muito
beijo
Gostei muito do blog!
Triste ter uma vida que não é...
Beijos e borboleteios
Amigo:
Amei a sua reflexão. Há mais "vidas que não são" do que se possa imaginar.
Como sempre, a sua sensibilidade à flor da pele nos brinda com lindas pérolas.
Parabéns!
Ótima semana!
caro Gilbamar, poema bonito e expressivo ! Um abraço.
Gilbamar!
Vidas que não são - que lindo poema. Adorei as imagens que nele deixaste: retalhos rasgados, folhas mortas, embrião seco, linha apagada, pálpebra enrugada... Caracterização intensa e exata de uma vida triste, "que não deixa rastros".
Poeta amigo, está bonito demais.
Beijo
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