segunda-feira, 30 de junho de 2008

CRÔNICA JUNINA


A fumaça das fogueiras ao pé das calçadas voluteia no espaço e penetra, atrevida, através de portas e janelas das casas e ousa invadir as frestas das cumeeiras, metendo-se também por entre os buracos das telhas quebradas, enchendo de toxinas a respiração humana. A lenha crepita vermelha cor de fogo quebrando-se em fagulhas que esvoaçam e carvões acesos que são levados pelo vento suave soprando nas ruas. As cadeiras estão ao pé das portas e os donos das casas se divertem conversando com vizinhos e amigos convidados para comer pamonha, canjica, milho verde assado na brasa e tomar pinga da braba enquanto a música junina rola solta e a moçada saracoteia nas quadrilhas improvisadas. Risos estouram a todo instante secundados por gostosas gargalhadas súbitas. A conversa é animada, descontraída, pontuada por animadas piadas de salão, e talagadas de cachaça são despejadas garganta adentro. Pensamentos indizíveis na sobriedade são externados quando o calor vulcânico da aguardente esquenta os neurônios da turba, por essa razão às vezes brigas violentas e mortais ocorrem provocando trajédias. Namoros começam e terminam nessa época tão propícia ao romance quanto a uma desilusão; os enamorados se beijam, os desiludidos trocam dispensáveis manifestações que a nada levam. A molecada joga traques e buscapés à volta dos incautos, que gritam e fogem estabanados quando o barulho pipoca e assusta, sob o escárnio daqueles. Rimbombam fogos com estardalhaços pelos ceus, balões proibidos sobem ao espaço levando grande perigo à vida humana, às plantações, ao patrimônio público e privado e aos aeroportos. Crianças brincam entusiasmadas, os olhos lacrimejantes, expostas aos possíveis acidentes mutilantes tão frequentes nas festas juninas. É quase ensurdecedor o barulho de músicas típicas pelos quadrantes e meridianos. Moças ansiosas para arranjar um casamento fazem promessas, pulam fogueiras, escondem-se nalguma superstição esperançosas por descobrir o futuro marido nos troncos das bananeiras, nas bacias cheias d'agua, nas borras de café. E a noite segue entorpecida pela fugaz alegria de um instante sazonal. Nas noites de fogueira, embriagados pelo enlevo de romantismo que cerca os festejos, casais de namorados se entregam irresponsavelmente, ele na busca do prazer sem peias, ela imaginando ser amada ardentemente, e o resultado, tempos depois, quase sempre, é a decepção de uma gravidez indesejada e de filhos sem pais e não queridos. O fogo do fogo queima a alma, o coração e o bom senso e geralmente é a mulher quem sofre as consequências. Porque o sabidão dá as costas e se vai deixando resultados que duram outras tantas festas juninas.

sábado, 28 de junho de 2008

MENINOS CARENTES


Somos como essa flor
bem frágeis e pequeninos,
tão carentes de amor
e tão ingênuos meninos

APENAS UM SONHO

Quem dera a vida fosse um mar de rosas

com sombra, água fresca e muita bonança,

nossas horas fossem tão maravilhosas

quanto aqueles momentos de festança

*

Não seriam necessárias as prisões

nem polícia andando com as armas,

seríamos guiados pelos corações

desconheceríamos todos os carmas

*

Quem dera se todos vivéssemos em paz,

o mundo sem pingos de sangue nos jornais

e para todos tivéssemos alimentos

*

talvez vivéssemos bonita quimera

realçando a humanidade sincera

bem distante dos conflitos e dos tormentos

sexta-feira, 27 de junho de 2008

NOSSOS SONHOS



Os sonhos alegram o meu viver
como coloridas nuvens sob o céu,
dando intensidade a meu querer
apagando deste ser o negro véu


As ilusões vêm como o entardecer
e não cabem no coração do incréu,
os sonhos alegram o meu viver
como coloridas nuvens sob o céu

Seria meu viver o mar de tédio
se nunca me permitissem sonhar
e a tristeza não teria remédio
sem quimeras para acalentar;
os sonhos alegram o meu viver

A NOBREZA DA VIDA

A vida é vela acesa
que logo o vento leva,
mas é a sua nobreza
que o Criador releva

A EXPRESSÃO DO CORPO

O corpo é uma expressão
que sussurra, não fala;
só o escuta o coração,
tão atento que cala.

quarta-feira, 25 de junho de 2008

SOBRE A TERNURA



Num coração sem poesia também não pode haver ternura, porque ser terno é ser poeta.

UM GRANDE AMOR



Quisera somente que um grande amor
despretensioso, simples, verdadeiro,
em tudo me dominasse com seu ardor
e que nele navegasse o tempo inteiro


Nesse doce sentimento mergulharia
ansioso por absorver seu esplendor,
tamanha solidão jamais sentiria
e nunca mais me vergastaria o seu furor


O pranto triste é dor típica da solidão
e segue deprimindo, aos poucos, o coração
legando das sombras marcas do seu fragor


Mas a batalha contra sua investida
resume-se na fórmula garantida
de descobrir, enfim, um grande amor

terça-feira, 24 de junho de 2008

CASO DE AMOR EM CORDEL

Muitas vezes as emoções
surgem assim, repentinas,
totalmente inesperadas
e nos arrastam da rotina
revelando que na vida
cada qual teu sua sina
*
Sou desses observadores
que vêm na curiosidade
dos feitos do ser humano
uma rica novidade
que pode servir de mote
com muita intensidade
*
Eu falo dessa maneira
porque pretendo relatar
um desses casos de paixão
que não é nada de espantar
mas se eu me interessei
penso que vocês vão gostar
*
Estava eu numa praça
sob uma árvore frondosa
olhando o vai-e-vém do povo
segurando uma rosa
apenas me distraindo
procurando uma glosa
*
Aí foi, então, que avistei
um casal de namorados
apenas adolescentes
lado a lado, encabulados,
conversando displicentes
um com o outro fascinado
*
Ela era muito linda
tinha o cabelo dourado,
de modelo o belo corpo,
carnudo lábio pintado
e um olhar com tal doçura
que me deixou encantado
*
Usava farda escolar
e caminhava lentamente,
braços cruzados no peito
com os livros, indolente,
se mostrava muito séria
mas parecia contente
*
Seu provável namorado
ia feliz caminhando
as mãos no bolso, sem jeito,
talvez até assobiando
aos meus olhos parecendo
galo de briga ciscando
*
E lá se iam aqueles dois
no seu namoro inocente
como cândidos pombinhos
passando na minha frente
quando algo aconteceu
nada mais que de repente
*
Já ia deixá-los em paz
com meu olhar penetrante
e dar atenção para a rosa
quando bem lá adiante,
eu cedo pude perceber,
deu-se um fato interessante
*
Os dois ficaram de frente
um para o outro, se olhando,
ela se mostrando irada
mas ele balbuciando
algo muito delicado
que não estava agradando
*
A cena, nada romântica,
que lá se desenrrolava
é claro, me chamou a atenção,
por essa eu não esperava:
um súbito desencontro
que o amor atrapalhava
*
Rápido, esqueci a rosa,
a eles fiquei bem atento
e pelo olhar da garota
pude saber seu intento
eu acho que ela falava:
algo como: "seu nojento!
*
"Ah! se eu pudesse ouvir
as frases pronunciadas,
se conseguisse entender
suas vozes alteradas,
seria bom presenciar
as emoções desencontradas
*
É claro que nada escutei
só via lábios se movendo,
ele de cabeça baixa,
ela os quadris mexendo,
aí então, súbitamente,
ela se foi quase correndo
*
Ficou lá o jovem, parado,
só Deus sabe o que sentia
ele deveras nadava
numa grande agonia
perdido em pensamentos
não sabia o que queria
*
Mas em pouco, cabisbaixo,
ele deu meia volta e saiu
andando devagarinho
como se entrasse num funil
com certeza querendo voltar
contudo se foi, desistiu
*
Cada um seguiu seu rumo,
então caso encerrado
pelo menos assim pensei
deixando os dois de lado,
mas um minutinho depois
eu fiquei embasbacado
*
Quando desviei meu olhar
dos garotos apaixonados
voltei-me todo p'ra rosa
olhos quase marejados
do amor tendo bebido
e ficado embriagado
*
Só que aquele romance
declinou de seu desejo,
tornou-se poeira fina
sem ter havido um beijo
desaparecendo tão cedo
no auge do seu ensejo
*
Mas eu estava enganado
nem tudo que reluz é ouro,
às vezes uma palavra
nos faz perder um tesouro
e por causa de uma frase
podemos cair no choro
*
Estranha coincidência
ou por razões do destino
puseram meus olhos no casal
que findou em desatino,
então fui surpreendido
com lindos sons de violino
*
Não tinha música nenhuma,
é tudo só minha invenção,
mas senti vibrar meu corpo
com o derreter do coração,
aconteceu novamente
eu me encher de emoção
*
Meu coração palpitava
com a cena em andamento
eu me emocionava
com dos dois o movimento:
feito bonecos pararam,
chamava-os o sentimento
*
Sabemos que marionetes
são por homens controladas
e obedecem a seu manejo,
mexem ou ficam paradas
assim pareciam os dois
tal figuras comandadas
*
A um só tempo viraram
na procura do seu amor,
estavam desesperados
sob forte apelo da dor
assim, em câmara lenta,
correram com todo ardor
*
Um na direção do outro,
os braços entreabertos,
dos olhos descendo lágrimas,
o bálsamo ali, tão perto,
à guisa de casal perdido
nas entranhas do deserto
*
No limiar do reencontro
fizeram súbita parada
se olharam tão profundo
que o mundo virou um nada
a seguir se abraçaram
numa paz acalentada
*
Ficaram um tempo assim
esquecidos do instante,
pois o mundo para eles
era algo bem distante
estavam de novo juntos,
só isso era importante
*
Eu fiquei tão comovido
às lágrimas quase indo,
que tive forte impressão
de música estar ouvindo,
talvez o bolero de Ravel
seus lindos toques fluindo
*
Deixei a rosa cair ao chão
sem nem mesmo perceber,
curvei-me para pegá-la
não querendo ficar sem ver
o belíssimo final feliz
mas um susto me fez perder
*
Uma linda borboleta
voando toda safada
bateu asas no meu rosto
e me atrapalhou, a danada,
daí logo a cena do beijo
foi totalmente negada
*
Quando os vi novamente
de mãos dadas já se iam
os jovens enamorados
realmente se queriam,
a linda cena há tanto tempo
estes meus olhos não viam.

domingo, 22 de junho de 2008

Desconcertante solidão que magoa, desespera e faz do viver essa alucinante agonia trazendo uma incontrolável vontade de chorar, formando rios.

MÃOS...MAIS

São gestos em mãos...são mãos em carícias...são carícias trocadas pelo tato sensível...são entrelaços fortuitos que transbordam ternura...são dedos compondo a sinfonia do amor...da amizade...da fraternidade...do desejo...é a vida impulsiva pedindo passagem...nos toques suaves...sutilmente...singelos...Ah doces arrepios brotando das unhasadentrando a derme com força fascinante...em astronômico vôo no rumo do frenesi...E nesse embate prazeroso de dedos e mãosque se abraçam ansiosos na busca do tudoe sempre no ardor de mais...mais...mais...mais...

COMIDAS NORDESTINAS

A culinária nordestina
é modesta porém variada
agradando qualquer paladar
tem cuscus com leite, buchada,
a boa cocada de rapadura
além da gostosa panelada
*
O baião-de-dois, que petisco!
Arroz-d-leite, carne de bode,
manteiga da terra, chouriço,
desde que não engorde
mas se engordar, que fazer?
Come, balança e sacode
*
Carne-de-sol com farofa,
queijo de coalho e goiabada,
feijão verde, arroz da terra,
pamonha, café e coalhada,
bolacha preta, canjica,
tapioca doce e salgada
*
Caldo de cana e pão doçe,
cocada feita com leite,
fuçura de bode cozida,
doce de banana, um deleite,
pé-de-moleque, espéci,
um docinho de caju, aceite!
*
Bolo de milho, doce de coco
manga, suco de maracujá
abacaxi quase açúcar
sapoti, melão, munguzá
seriguela e cajarana
mocotó no feijão e juá
*
Grude, cocorote, broa,
mel de engenho, milho assado,
sequilhos feito de goma
galinha guisada, guiné torrado
sopa de feijão todos gostam
e posta frita de Dourado
*
Sirvam-se de doce de jerimum,
de mamãe, banana ou caju,
goiaba em calda ou compota,
mangaba e batida de umbu,
arroz doce, um espetáculo,
que tal um melzinho de uruçu?
*
Claro que tem muito mais
mas não tenho tudo na cachola
há outras tantas variações
é só procurar, ora bolas!
Pelo menos podemos saber
que o Nordeste é da hora.

sábado, 21 de junho de 2008

ALGUNS TOLOS - Para descontrair


Na tentativa de ser
o oposto do que ele é,
é ridículo por querer
ganhar na marra a mulher

A ROSA FALA POR MIM


Bom, eu sou meio tímido, não sei falar muito,
mas expresso meu sentimento, um tanto sem jeito,
com esta rosa singela do meu coração florido
e asseguro encabulado e já contrafeito
que este é um lindo e singelo instante colorido
pelo menos para mim porque estou amando.
Acredite! A rosa em minha mão é para meu amor,
aquela que em mim subitamente despertou
um querer desenfreado que me vai queimando
com grande fogaréu de incontrolável fulgor.
Não tenho palavras e mesmo que tivesse
não conseguiria a não ser tartamudear
.... bem, a rosa fala por mim.

CORDEL DESEMBESTADO

Eu meio que hesito tanto
para escrever um cordel,
fico trocando as palavras
misturo queijo com mel,
faço uma baita farofa
com pedaços de papel
*
Um folha verde farfalha
enquanto a brisa sussurra,
a cabra paquera o touro
mas da vaca leva surra
e o meu cordel nem se toca
quando ao longe a onça urra
*
Galopa o cavalo malhado
na pradaria encantada,
o carro velho resfolega
numa rua esburacada
mas as rimas não descubro
p'ra essa poesia danada
*
O dedo todo enfiado
no buraco do nariz,
passa o cara aloprado
chupando bala de anis
e eu fico embatucado
porque meu cordel não fiz
*
Que é dos versos perfeitos,
cadê minha inspiração,
os vocábulos se perderam
nos templos da ilusão?
Decerto meu cordel morreu
pelas sendas do coração
*
No pobre sertão tem seca
porém no Sul tem geada,
vejo o vaqueiro levando
aos berros a sua boiada,
mas o meu cordel parece
sinfonia inacabada
*
Nem lendo no dicionário
descubro como rimar,
os termos se me embaralham
talvez seja melhor parar
ora, se eu nem comecei
não posso o cordel terminar
*
Já vi que não vou conseguir
sou um poeta sem jeito,
se quero rimar político
vem logo o termo prefeito,
mas se pretendo um cordel
nasce um texto com defeito
*
Tenho muito que aprender
com o mestre Patativa,
lendo toda sua obra
fazendo nova tentativa,
porque p'ra fazer cordel
com talento e precisão
não é coisa relativa
*
Contudo, nem quero saber
quantos paus tem a canoa,
jogo p'ra cima as palavras
tentando uma rima boa,
e caso o meu cordel não brote
faço ao menos uma loa

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Mote: Quando um político diz sim tenha certeza que é não

Nosso povo não acredita
quando um deputado fala
fazendo muitas promessas
-balança a cabeça e cala-
pois já conhece seu jargão;
é tanta mentira sem fim,
quando um político diz sim
tenha certeza que é não
*
Quem já não ouviu promessas
de um monte de canditatos,
com seus rostos sorridentes,
só pensando nos mandatos?
Sempre na época de eleição,
igual a burro buscando capim,
quando um político diz sim
tenha certeza que é não
*
Porém todo mundo sabe
que o povo apanha e esquece,
na hora agá ele vota
daí novamente padece,
vai andando na contramão
mas quase sempre é assim,
quando o político diz sim
tenha certeza que é não
*
Nínguém sabe até quando
essa coisa vai perdurar,
mas pelo que eu sei do povo
com certeza não vai acabar,
nossa gente segue o coração,
tudo tão diferente de mim,
quando o político diz sim
tenha certeza que é não

SEM QUALQUER TEMOR




Doravante não me quedarei ante o espanto
E não revelarei os meus segredos,
Os tantos transpostos para o recôndito
E expostos outrora pelos inúmeros medos
*
Destarte, ousado, afirmo: não me calarei
Enquanto entre os homens houver injustiças
E, mesmo que me desencante com o que já sei,
Não permitirei que me amordacem as críticas
*
Serei como os bambus que, com o vento, se dobram
Mas não cedem ao temor e nem se quebram,
Por mais que urre o vendaval nas pradarias
Resistirei firme sem qualquer receio das sangrias
*
E embora me magoem profundo afiados facões,
Rasgando-me a carne e rompendo-me os tendões,
Resistirei com estoicismo e tenaz firmeza
Pois para mim a esperança é a única certeza

quinta-feira, 19 de junho de 2008

MEU CORAÇÃO


Entreguei meu coração
pensando em ser feliz,
mas só ganhei desilusão

OBRIGADO - SEJA BEM VINDO


Obrigado a você que visita o meu blog. Seus comentários serão muito bem vindos e têm muita importância para mim.

MEU PAI

Meu pai sabia tocar violão muito bem e gostava de entoar as velhas canções do seu tempo. Muitas vezes, à noite, depois do frugal jantar, sentava no sofá, afinava cuidadosamente o instrumento e, com a mão esquerda, tocava sucessos que embalavam nossa infância. Mamãe sentava ao seu lado e, embora cansada da labuta diária, olhava-o sonhadora, sorrindo ou discretamente permitindo o cair de algumas lágrimas mais afoitas faces abaixo, ouvindo seu amado deixar-se conduzir pela magia das melodias só conhecidas por eles dois. Aliás, foram esse seu traquejo musical e o seu jeito seresteiro os pontos mais evidentes que contribuíram para ele conquistar o coração e o completo amor de minha mãe. Mesmo estando noiva de um engenheiro rico que estava em Mossoró para construir a ponte Jerônimo Rosado, a primeira da cidade, que ligaria o centro ao bairro conhecido como Alto de São Manoel, mamãe alterou todos os seus planos por causa de um inesperado e repentino amor em explosão por aquele jovem magro e mal vestido, simples e humilde que dedilhava o violão com a mão esquerda, não era formado nem tinha emprego e vinha de família de parcos recursos. Preteriu o engenheiro e sua riqueza por ele, com quem casou, preferindo a felicidade do coração à aparência do luxo desprovida de sentimento. E mesmo vivendo com as dificuldades advindas e as adversidades cotidianas viveram mais de cinquenta anos de um casamento feliz e cinco filhos, dos quais eu sou o terceiro. Vivendo uma época do século passado, cujos pensamentos não acompanharam a evolução que trouxe mudanças paulatinas, como sói ocorrer de uma geração para outra, de certa feita aconteceu algo interessante para os padrões atuais. Eu estava todo feliz, aos dezesseis anos, com a alegria da primeira namorada e andava com a foto dela no meu bolso para exibir aos amigos, porque assim fazíamos tempos atrás. Então, uma noite, esbanjando sorrisos, aproximei-me do meu pai, puxei a foto da namorada do bolso e disse: "olha, papai, a foto de minha namorada." Ele me olhou bem sério, desafivelou o cinturão da calça e, brandindo-o bem no meu rosto, disse: "Sua namorada é isso aqui, ó!" Era o jeito dele e o que mandavam os ditames da época, tão e tão diferentes de hoje. Eu, quando meu filho mais novo arranjou sua primeira namorada, fiquei todo prosa e cheio de vaidade.

terça-feira, 17 de junho de 2008

POR FAVOR RETIRE A SUA


Estas flores são para vocês, que visitam o meu blog. Com um abraço fraterno e muito obrigado.

AMÉM!



AMÉM!

DOCE QUIMERA


Esta imagem linda
por si mesma revela:
nossa vida ainda
é uma doce quimera

SALVEMOS NOSSA FAUNA E FLORA


Ainda poderemos
deixar a mata florescer;
será que deixaremos
a vida desaparecer?

PAQUERANDO A LUA


Muito diz esse olhar,
de tamanha expressão.
O que estaria a pensar
com a lua em comunhão?

EXPLODE CORAÇÃO!


Por mais que o amor seja engalfinhado pelas agruras do cotidiano e mesmo que o coração pareça querer explodir e fragmentar-se ante os turbilhões que se nos deparam quase sempre, ainda assim precisamos perseverar em seu caminho e continuar semeando-o. Lá fora os bandidos desalmados seguem roubando e matando, tanto os de colarinho branco quanto os mal-encarados portando fuzis. Bem sabemos disso. Não importa. Nós amamos e vamos continuar amando até que um dia o amor vença de verdade. Há um preço a pagar pelo amor, obviamente compreendemos, e vamos pagá-lo. O valor despendido é bem menor do que aquele a que é obrigado a pagar os que não amam.

SIM AO AMOR


A grande felicidade de viver não é somente o ser, mas o poder, o querer, o agir, o fazer, o decidir. Que é a existência se não apenas as conquistas diárias, as batalhas vencidas, os empreendimentos encetados? Vale realmente a pena viver quando somos guiados pelo sorriso e levados pelo nobre sentimento da paz. Não à violência, não à devastação das nossas matas e mananciais, não à injustiça, não à corrupção, não à inveja, não à maldade, não à fome no mundo, são esses slogans e tantos outros semelhantes que devemos gritar para todo mundo ouvir. E SIM À VIDA, À FRATERNIDADE, AO AMOR! SIM, AO AMOR!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

ENFEITANDO O CÉU




Aves, centenas delas, enfeitando o céu
buscando, deveras, a ternura perdida,
os amores de outrora, as virtudes, o bem
da não-violência, os dons da fraternidade
*
O espaço pára e se queda embevecido,
no ar a festa de asas planando a beleza
que se espalha aos nossos olhos felizes,
e a vida, atônita, se deixa ir com a natureza
*
Por que os homens matam a fantasia
em forma de aves que coloram a Terra?
Por que só eles querem desfrutar o viver
como se fossem os donos da ambição?
*
Voem, aves, encham os céus de alegria,
que os nossos corações se enterneçam
com a graciosidade de seus vôos rasantes
com tonalidades multicoloridas e belas

FLORES ENCANTADAS





Flores desabrocham ao amanhecer

enchendo de encanto o nosso dia;

pena que elas logo vão perecer

enquanto nos proporcionam alegria


É certo, nada há que possamos fazer;

não é a vida somente uma fantasia?

Flores desabrocham ao amanhecer

enchendo de encanto o nosso dia


Conquanto seja tudo apenas ilusão

e as flores façam parte dessa alegoria,

se bem fugazes,alimentam o coração

e da morte perfumam a lenta agonia.

Flores desabrocham ao amanhecer...

A INVEJA ABRAÇOU O MAR


Com a maldade dos indiferentes
Repentinamente o mar, nervoso,
Jogou as ondas descontentes
Todo arrogante e poderoso

E como esponja absorvente
engoliu meu gesto ardoroso
Com a maldade dos indiferentes
Repentinamente o mar, nervoso

Talvez a inveja abraçou o mar
Deixando-o assim enraivecido
Porque ele não tem a quem amar
E jamais quem o chame de querido
Repentinamente o mar, nervoso...

domingo, 15 de junho de 2008

A ROSA E O CORAÇÃO



Encontram-se a rosa e o coração
para compor um grande amor,
a vida humana se enche de emoção.

ARMADO COM UMA FLOR


Deveríamos ter sempre uma flor na mão para entregar às pessoas nas ruas, quiçá nem que seja por uma questão de fraternidade ou simpatia, quem sabe até mesmo por amor ao nosso semelhante. Talvez esse gesto sensibilizasse os violentos e as armas seriam depostas. Pode ser um sonho, mas não custa sonhar com um mundo melhor onde todos se tratem com respeito, entendimento e fraterno amor.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

SÃO TANTOS!

Os fariseus costumam exibir-se a Deus como pessoas justas e cumpridoras de seus deveres, apontando com o dedo sujo e mostrando-se abertamente contra as idéias e bandeiras defendidas por quantos eles julgam "pecadores", mas na hora agá, quando a peteca está prestes a cair e suas vidas se vêem ameaçadas, eles se borram de medo e dão as costas a suas rezas e pantomimas agarrando-se a qualquer fio de esperança dada até mesmo por aqueles por eles anteriormente detratados.

CITY TOUR EM MONTEVIDEO

O apartamento do hotel onde nos hospedamos, em Montevideo, tinha bom tamanho, cama de casal king size, uma escrivaninha sobre a qual repousavam à nossa disposição caneta e bloco de papel, um sofá ao lado da cama e próximo à janela, dividindo espaço com um abajur de alto porte, luzes por todos os cantos, tv de 39 polegadas com monitor LCD, programação a cabo e controle remoto, banheira, dois lavatórios, mais um chuveiro, água quente em abundância, demais acessórios de toillete, enorme armário munido de cofre cujo segredo o próprio hóspede se encarregava de criar e a suntuosidade típica das grandes hospedarias destinadas a estrangeiros. Ante a presença de tanto conforto, dormimos feito crianças na nossa primeira noite no Uruguai.
Dia seguinte, pouco depois das nove, nos dirigimos ao salão do restaurante para o café da manhã, àquela altura quase completamente lotado. O horário do desjejum no Sheraton é das seis e meia até as dez horas, e nesse primeiro dia vi acontecer algo bastante inusitado e, que eu lembre, não testemunhei em nenhum outro hotel onde já fiquei hospedado no Brasil e no exterior: normalmente os casais ou os grupos de pessoas viajando juntas têm o habito de conversar enquanto degustam as guloseimas do bufet oferecido pelo hotel onde se hospedaram, enquanto isso o tempo vai passando quase imperceptível para quem tem muito tempo. Poucos minutos antes das dez eu olhei distraído para a entrada do restaurante e vi alguns hóspedes chegando ao recinto com o intuito de tomar o café da manhão, naturalmente. Só que, àquela altura, os garçons, em marcha apressada, correndo mesmo, haviam começado a retirar o bufet sob os olhos atônitos dos que chegavam. Sem a menor cerimônia, como se temessem ser solicitados pelos hóspedes a deixar os alimentos onde se encontravam para que eles, ainda dentro do horário, pudessem desfrutar o desjejum. Muitos dos hóspedes, sem acreditar que aquilo estivesse realmente acontecendo, apressavam-se em colocar nos pratinhos ao menos um pãozinho à medida que os garçons carregavam tudo para a cozinha, aos atropelos, esbarrando em quem tentava se servir e desviando deles para que não tivessem condições de pegar alguma coisa nas bandejas já sendo levadas por eles. Que estranho comportamento daquele hotel!Fomos explorar um pouco da cidade e garimpar algum restaurante para o almoço antes do city tour à tarde.
A brisa meio gelada batendo em nossos rostos anunciava que a temperatura certamente beirava os seis graus. Os plátanos farfalhavam suas folhas como a anunciar o cio da natureza, e algumas dessas folhas caiam suavemente nas calçadas. O povo agasalhado circulava pelas ruas e lojas cabisbaixo e fumando, decerto pensativo, a capital uruguaia se descortinava aos nossos olhos e abria seus mistérios para nós. Havia sol, mas seu calor não era páreo para o frio envolvendo a cidade, daí não conseguia sobrepujar o ar de geladeira aberta a que se assemelhava Montevideo naquela manhã, já por volta das onze horas.Caminhamos pela 18 de julho, atravessamos a Ejida, a San Jose e suas imediações, e quando demos conta já passava do meio-dia.
Encontramos um restaurante chinês aconchegante nas proximidades da San José, frequentado naquele momento por chineses e norte-americanos, gostamos do cardápio e ali mesmo almoçamos ao lado da janela envidraçada, vendo o pulsar da rotina daquele povo nas pessoas e nos carros indo e vindo e seguindo em frente a vida à medida que o tempo passava.
O tour pelos principais pontos turísticos de Montevideo foi o trivial. O Uruguai é um país pequeno se comparado ao Brasil, com uma população de mais ou menos três milhoes de habitantes, a metade residindo na capital. Colonizada pelos espanhóis, há muitos descendentes europeus e sua arquitetura apresenta evidentes traços do Velho Mundo em seus prédios monumentais. Devido ao trânsito intenso e ao ruge-ruge das pessoas circulando não foi possível estacionar em muitos lugares, e nos contentamos somente em ver através dos vidros do micro-ônibus os lugares e edifícios mais interessantes que nos eram exibidos por um guia falando espanhol numa rapidez intolerante. Ainda bem que o motorista se comunicava em português e, vez por outra, conseguia traduzir para mim e minha esposa(os outros turistas eram chilenos, colombianos e um casal de norte-americanos) as colocações mais importantes do trajeto. Passamos pela Plaza Independência, Plaza de la Constitución, Catedral Metropolitana, Cerro de Montevideo, Residência Presidencial, o obelisco, Cabildo, vimos o bairro das mansões e os bairros da triste pobreza, estes porque para chegar a um antigo forte, hoje transformado em museu da polícia, encravado no ponto mais alto da capital era necessário enveredar por eles. Aliás, a vista panorâmica da cidade torna-se espetacular sob a perspectiva daquele local. E foi lá que, divisando a refinaria de petróleo, soubemos que o Uruguai não produz o ouro negro por isso importa-o de diversos países, inclusive do Brasil.
Na volta do tour fomos para o Punta Carretas, um antigo presídio transformado em shopping depos de reformado. É um lindo e aconchegante espaço onde diversas marcas mundiais da moda estão presentes para o gáudio dos nababos uruguaios. E foi nesse shopping onde terminamos o périplo por Montevideo porque no dia seguinte partiríamos para Punta del Este.

MUITOS SONHOS ANTES DE PARTIR

- Fazer um roteiro para cinema
- Escrever um romance best seller
- Ser adulado pelas editoras de livros
- Estar presente no set de filmagem enquanto os atores atuam
- Ser convidado pela Rainha Elizabeth para visitá-la
- Ganhar sozinho na loteria
- Viajar pelo mundo com o dinheiro recebido do prêmio lotérico
- Sentar às margens do Rio Sena e meditar
- Conhecer os estudios de Hollywood
- Ter tempo para ler um milhão de livros
- Passear com minha esposa numa gôndola, em Viena
- Viver mais de cem anos cheio de lucidez e vigor
- Ser escritor reconhecido no Brasil
- Ser feliz, muito feliz

quarta-feira, 11 de junho de 2008

A SIMPLICIDADE DO SENHOR JESUS

Ninguém foi ou é simples e humilde como o Senhor Jesus Cristo, porque a simplicidade e a humildade, com todo o esplendor de luz que as acompanha, somente poderiam ser vividas pelo próprio Deus feito homem.

POR VOCÊ

Por você, juro, eu faria
a mais louca das loucuras
sobre o sol eu andaria
p'ra ganhar sua ternura

O CÉU É O LIMITE

Para a realização dos meus sonhos o céu é o limite; sou guerreiro lutador, não temo ser derrotado em batalhas porque a guerra é longa e cheia de meandros e sei que posso vencê-la com coragem e determinação. As barreiras, os óbices, as fogueiras eu pulo ainda que saia arranhado, machucado ou chamuscado, o importante é chegar lá cheio de garra e firmeza. Sob meu braços fortes, minhas mãos estarão sempre prontas para auxiliar os que, ao longo do caminho, fraquejarem e, humildes, pedirem ajuda; igualmente eu farei caso necessite, sei existirem amigos por todo trajeto e os conceitos de humildade , sensibilidade e fraternidade já estão forjados em meu coração.

PREÂMBULOS

Carícias são preâmbulos
que precedem os beijos;
e estes acirram os ânimos
que empolgam os desejos

POR ONDE ANDAM MEUS SONHOS?

Por onde, afinal, espalhei meus castelos de areia?
Terão se esvaído em sonhos desconsolados?
As tramas do destino os algemou nalguma teia?
Quiçá os ventos os terão em poeira transformado?

Decerto a triste realidade, invejosa, os evaporou
como perecidas pétalas amorfas e despedaçadas
ou - será? -teceu armadilhas tantas que os fulminou
na trilha do tempo e nas pradarias desertificadas?

Temo que minhas pobres quimeras caíram por terra
e, fragmentadas, fizeram do castelo simples borrão
a ponto de se tornar, somente, uma mancha eterna
solapadas à fúria das entranhas do meu coração

Certo, os sonhos se desencantaram, morreram,
mas o que me impede de tornar a sonhar novamente?
pois meus profundos desejos jamais arrefeceram
e do amor, é claro, ainda conservo a pura semente.

ÀS VEZES...

Às vezes, temos um anjo em casa disfarçado de filho em condições diferentes dos outros, com especiais necessidades, digamos, e não percebemos. É esse anjo, decerto, uma mensagem cifrada de Deus, cabendo a nós entendê-la.

terça-feira, 10 de junho de 2008

MONTEVIDEO NO "DIA DA MAMÁ"

O aeroporto Carrasco, em Montevideo, fica a mais ou menos trinta minutos do centro num constante e deslumbrante trajeto pelo litoral movimentado. Ao sairmos de lá, o sol já morrendo lentamente sobre o Mar del Plata e proporcionando uma visão imorredoura, arregalamos os olhos para as primeiras imagens uruguaias. Passamos por cassinos cheios de luzes em seus frontispícios, por hotéis à beira-mar, por restaurantes com fachadas luminosas, por edifícios residenciais, abraçando Montevideo com nossa ansiedade inebriada e respirando seu ar frio de pouco mais de seis graus positivos e nos deixando levar pela imaginação galopante. O motorista do traslado, Martin, jovem bem humorado, usando óculos, já meio careca, tinha um sotaque carregado, quase incompreensível, mas ainda assim conseguimos nos entender razoavelmente com o meu portunhol arrevezado. Ele nos comunicou que o passeio até Punta Del Este seria no dia seguinte, às oito horas, e o city tour no outro dia, à tarde. Porém, se quiséssemos poderíamos alterar esses roteiros trocando um pelo outro. Optamos pela troca dos passeios, afinal queríamos passar a manhã explorando a capital do Uruguai antes de ser ciceroneados por algum guia metido.Muitos semáforos e quilômetros depois, lançando olhares de um lado para o outro do cenário exposto à nossa curiosidade, finalmente chegamos ao hotel Sheraton localizado no cruzamento da 18 de julho com a San Jose. Lindo, enorme, luxuoso, perto de toda movimentação noturna de Montevideo, pelo menos as mais clássicas, nosso hotel nos acolheu com a perna esquerda. Explico: fizemos o entendiante chek in mostrando passaportes, vouches, bagagem, o escambau, sendo levados a seguir para nosso apartamento, o 608, no sexto andar, logo descobrindo, alarmados, que tínhamos sido colocados no andar dos fumantes. Logo eu, que odeio cigarros com todas as minhas entranhas! Fiz o maior auê até que, por fim, nos colocaram num andar onde podíamos respirar melhor, sem nicotina. Assim, nos alojamos, tomamos banho e nos vestimos para o jantar. Meu casaco de couro comprado em Buenos Aires veio bem a calhar na gélida temperatura soprada em meu rosto. Logo descobrimos, eu e minha esposa, andando pelas ruas em busca de um restaurante decente, que em Montevideo as pessoas também fumam feito caiporas. Parecia termos regressado para o ambiente empestado de Buenos Aires novamente, que chatice! Bom, pelo menos no interior do restaurante era proibido fumar, graças a Deus. De modos que nossa primeira noite em Montevideo foi quase semelhante à passada em Buenos Aires, tanto pela identidade do idioma espanhol quanto pelo fumaceiro dos cigarros pendurados nos lábios de práticamente toda população uruguaia, pelo menos dos que desfilavam pelos barzinhos, pizzarias, restaurantes, lojas ainda abertas, cafeterias, ruas e avenidas. Por todos os cantos víamos faixas, outdoors e cartazes convidando todos para presentear a "mamá". O dia da "mamá" deixava febril os lojistas, todos querendo vender o máximo possível para lucrar muito com os sentimentos das pessoas, fazendo desse dia não um ato de ternura mas um dia de fartura para eles.O hotel Sheraton estava lotado com gente esquisita de vários países, numa estonteante babel de linguagem parecendo música tocada por algum conjunto desafinado. Acontecia no salão de eventos um convenção de médicos e eles desfilavam pelo interior do hotel com suas pranchetas e sorrisos melífluos como tigres de bengala num zoológico; executivos de determinada empresa multinacional se aboletavam nas poltronas fofas trocando idéias e números, sorriso de orelha a orelha, secretárias rebofulosas zanzando em meio a eles. Tudo isso exibiu-se diante de nossos olhos quando voltamos ao hotel pensando no merecido repouso com vistas ao corre-corre que se avizinhava com a programação do city tour para o dia seguinte.

O CÉU É O LIMITE

Para a realização dos meus sonhos o céu é o limite;
sou guerreiro lutador, não temo ser derrotado em batalhas
porque a guerra é longa e cheia de meandros e sei que posso vencê-la com coragem e determinação.
As barreiras, os óbices, as fogueiras eu pulo ainda que saia arranhado, machucado ou chamuscado, o importante é chegar lá cheio de garra e firmeza.
Sob meu braços fortes, minhas mãos estarão sempre prontas para auxiliar os que, ao longo do caminho, fraquejarem e, humildes, pedirem ajuda;
igualmente eu farei caso necessite, sei existirem amigos por todo trajeto e os conceitos de humildade , sensibilidade e fraternidade já estão forjados em meu coração.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

FRAGMENTOS DE POEIRA - Poetrix

Apenas fragmentos de poeira,
sonhos enredados na teia.
Foi-se meu castelo de areia

ESSE OLHAR...

Esse olhar feminino,
suave e enigmático,
torna o mundo mais lindo,
faz de mim gato e sapato

PARA REFLETIR

Às vezes deixamos cair das mãos o que já temos e amamos para, numa vã tentativa, quase sempre, pegar algo ainda tão distante.

NÃO DERRUBEM NOSSA FLORESTA, ELA É O PULMÃO DO FUTURO

Senhores, é tempo de refletir
sobre o rumo da humanidade
antes de deflagrado o caos
pois temos capacidadede
alcançar porto seguro
e fazer da vida uma festa,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
O viver não é somente hoje,
é preciso lembrar o amanhã,
o porvir dos amados netos,
deixando-lhes uma terra sã,
- não apenas traços de muro -
salvemos o que ainda resta,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
Cuidemos de nosso planeta,
é dever de nossa geração
proteger o ecosistema
do lixo e da poluição
p'ra que fique belo e maduro
- quem esse tema contesta? -
Não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
Digamos basta à destruição!
Se não, a vida acaba na Terra,
não haverá dia seguinte
e o tempo de viver encerra
virando tudo um monturo
lembrando um tiro na testa,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
De que adianta riqueza
moldada na destruição,
se os pedaços do horror
em nós mesmos desabarão?
Não tornem o mundo escuro
nessa jornada complexa,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
Tem garimpeiros sujando
os rios em busca de ouro,
esquecendo que esta vida
é seu verdadeiro tesouro,
e ficando o mundo impuro
nenhuma outra coisa presta,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
E os que devastam as matas
como se papel rasgassem,
deixariam que seus filhos
só podridão respirassem?
São como o ser humano nulo
que na vida só molesta,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro
*
Não podemos esquecer
quem a àgua desperdiça,
jamais lembra do porvir
graceçando com malícia,
esse também esconjuro
pois todo mundo detesta,
não derrubem nossa floresta,
ela é o pulmão do futuro

sábado, 7 de junho de 2008

ERROS ÓBVIOS

Não temo errar, porque os erros são a prova de que ousei tentar para alcançar meus objetivos, sem me esconder como fazem os covardes.

PREÂMBULOS

Carícias são preâmbulos,
que precedem os beijos;
e estes acirram os ânimos
que empolgam os desejos
"A saudade de cor mascarada.
A saudade tem a cor dos pensamentos,
Aqueles inundados de saudade.
A saudade tem cor própria,
Mas cor essa que nem ela mesma sabe.
Piamente acredito que a saudade
É multicolorida e, daí, ela se transforma,
Ganha nuances de acordo Com a força do amor que chora.
Questão de profundidade e intensidade
Da saudade no peito armazenada.
Sentida e, quando extravasada, se colore
Com a cor dos olhos da pessoa amada.
Chicago, 23.02.08

O primeiro verso foi escrito para a “Ciranda da cor da saudade” criada pelo recantista Gilbamar de Oliveira, que dificuldade técnica no RL me impediu de participar da referida ciranda. Apaixonei-me pelo tema e resolvi escrever mais longamente sobre a saudade. Agradeço ao poeta Gilbamar pela inspiração e muito me honra mencioná-lo neste esclarecimento. "
O texto acima está no blog de Marisa, que me autorizou a publicar neste espaço.